Protesto aconteceram em frente ao Palácio do Buriti e reuniu cerca de 150 pessoas, na manhã desta terça-feira (7/7)
MATHEUS GARZON/METRÓPOLES
Cerca de 150 pessoas se reuniram em frente ao Palácio do Buriti, na manhã desta terça-feira (7/7), para exigir do governo local mudanças que flexibilizem as medidas impostas pelas autoridades sanitárias em meio à pandemia do novo coronavírus no sistema penitenciário do Distrito Federal. Familiares dos detentos pedem o retorno das visitas presenciais nos presídios do DF, suspensas há quase quatro meses.
A aposentada Neide Padilha, 54 anos, é uma das organizadoras do protesto. Sem ver o filho há praticamente 120 dias, ela acredita que já seja possível permitir o retorno das visitas. “Se está abrindo shopping, academia, restaurante, qual o motivo de não nos deixar ver os parentes?”, questiona. Os internos não recebem visitantes desde o dia 12 de março nos seis presídios do Distrito Federal.
Segundo Padilha, todas as tentativas de amenizar a distância não funcionaram, principalmente as chamadas por vídeo. “Não aceitamos essas ligações. Tudo o que tentaram até agora não deu certo”, reclama. A corretora Elisangela da Silva, 46, reforça a ineficácia das chamadas visitas virtuais, diante da situação precária em que se encontram muitas famílias. “Há mães que não têm celulares bons o suficiente para fazer as chamadas e a internet lá é muito ruim”, reclama.
Sem ver o marido desde o início da pandemia, o protesto de Elisangela nesta terça é uma forma de mostrar que ninguém está satisfeito com o atual modelo. “Não podemos ficar caladas, pois o governo tem que ver nossa necessidade de mudança”, afirma.
Franklin Roosevelt, assessor especial do governador Ibaneis Rocha (MDB), foi ao encontro dos manifestantes e ouviu as demandas das mães, esposas e filhos de detentos. Elas foram levadas para dentro do Buriti, onde, segundo Roosevelt, todas as reclamações serão ouvidas. “Elas vão ter o número de protocolo para acompanhar a demanda”, disse.
A presença de um representante do governo animou Pedrina de Sousa, 49, que espera a volta das visitas presenciais de 15 em 15 dias. “Tenho dois filhos presos e nesse tempo só recebi uma carta de cada um”, lamenta.
De acordo com ela, o diálogo com o GDF é importante para que os encontros voltem a acontecer. “Acho que o governo vai dar uma posição para a gente e é o que queremos”, diz.
O Complexo Penitenciário da Papuda conta com aproximadamente 13,4 mil pessoas. No total, há 974 presos contaminados, 811 recuperados e, dos 258 policiais penais que testaram positivo, 241 já estão curados. Três apenados e um agente morreram desde o início da pandemia.
Fonte - Metrópoles
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