Paciente pagou R$ 9 mil pelos implantes de silicone feitos por Sílvio Parreira e teve de refazer o procedimento com outra profissional
FOTO CEDIDA DO METRÓPOLES
“Um pesadelo”. Foi dessa forma que uma mulher de 39 anos classificou a cirurgia para implante de próteses de silicone nos seios feita em 2017. Ela é uma das 10 supostas vítimas que acusam o médico Sílvio Parreira da Rocha de erros em procedimentos estéticos. As intervenções resultaram em deformações e cicatrizes grotescas.
Ao Metrópoles, a mulher diz ter pagado R$ 9 mil pela operação. Insatisfeita, chegou a refazer a cirurgia em dezembro do mesmo ano, com o mesmo médico, mas o resultado teria piorado ainda mais a aparência das mamas. Além disso, ela passou a sentir dores mais intensas.
“Não ficava nua na frente do meu marido. Me olhava no espelho e não reconhecia aquele corpo. Os seios representam muito para uma mulher. [Colocar silicone] era o meu sonho, mas virou pesadelo”, detalhou a mulher, que pediu para não ser identificada.
A suposta vítima de erro médico disse ter conhecido Sílvio da Rocha por meio de uma recomendação da cunhada, que fez o mesmo procedimento com o médico e gostou do resultado. “Isso foi há 7 anos. Ela me mostrou o resultado e gostei”, lembra.
De acordo com a paciente, os seios começaram a se deformar no dia seguinte ao procedimento, enquanto ainda estava internada. Ela garante ter seguido todas as recomendações do pós-operatório e tomou os medicamentos prescritos. Abalada, a paciente de Sílvio da Rocha entrou em depressão, que foi agravada devido aos efeitos colaterais de alterações comportamentais causadas por um dos remédios.
Dois meses após entrar na sala de cirurgia pela primeira vez, a mulher passou novamente pelas mãos de Sílvio da Rocha. “Estava quadrado na parte de baixo, torto, e uma das mamas maior do que a outra. Ele mediu, falou que sobrou pele e iria retirar um pouco. Quando refez, não utilizou anestesia geral. Eu acordei na sala de cirurgia e disse que estava doendo muito, mas ele insistiu que tinha de terminar.”
“Gritou comigo”
A suposta vítima de imperícia médica contou ter continuado o tratamento com Sílvio, mas não notava evolução. Chegou a procurá-lo novamente e o médico teria oferecido, mais uma vez, refazer a cirurgia. Sílvio ainda teria se ofendido e começado a gritar no consultório quando a mulher disse ter perdido a confiança nele. “Ele gritou comigo, me mandou procurar a Justiça.”
“Quando falei com ele, não queria o dinheiro de volta, só queria que outro profissional resolvesse o meu problema. Ele me indicou uma médica – essa muito boa – que teve de consertar tudo. Eu ainda vou ter de refazer a pigmentação da auréola, que ficou prejudicada.”
"Vergonha de ficar nua", diz mulher que acusa cirurgião do DF de erro
Reprodução |
Paciente disse ao Metrópoles que tinha o sonho de colocar silicone Foto cedida do Metrópoles
Ela diz que houve alteração nos mamilos, auréolas e tamanho desproporcional dos seios Foto cedida do Metrópoles
Mulher disse que a aparência dos seios ficou alterada logo no primeiro dia após a operação Foto cedida do Metrópoles
Cirurgia de correção foi feita por outra profissional Foto cedida do Metrópoles
Cicatrizes nunca desapareceram Foto cedida do Metrópoles
Paciente disse que teve vergonha de ficar nua na frente do marido após a cirurgia Foto cedida do Metrópoles
Nos dois procedimentos que fez com o cirurgião Sílvio da Rocha, o resultado não foi satisfatório Foto cedida do Metrópoles
Ela fez a cirurgia em outubro de 2017 e refez em dezembroFoto cedida do Metrópoles
Outro lado
O advogado do cirurgião, Raul Canal, disse que a defesa não tem condição de se manifestar, pois ainda não sabe quem são as mulheres que acusam o médico de imperícia. “Ele tem 32 anos como cirurgião, é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e, ao longo da carreira, já operou mais de 3 mil pessoas. Só este ano, foram mais de 100. Precisamos saber quem é, acionar uma perícia e saber qual foi a causa do dano que elas alegam”, disse.
Ainda de acordo com o advogado, o médico não recebeu nenhuma notificação da Polícia Civil sobre o caso.
Fonte - Metrópoles
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