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DISTRITO FEDERAL “Mataram para roubar”, diz delegado que investiga morte de padre

Testemunhas são ouvidas pela Polícia Civil. Imagens de câmeras de segurança mostram quatro homens pulando a cerca da igreja

ÉRIC ZAMBON/METRÓPOLES
Testemunhas da morte do padre Casemiro, estrangulado na noite desse sábado (21/09/2019) na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, na 702 Norte, estão sendo ouvidas pelos investigadores da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte). Delegado à frente do caso, Laércio Rosseto afirma que diversos pertences foram levados do local, o que configura latrocínio – roubo seguido de morte. “Mataram para roubar”, cravou o policial.

Há, por enquanto, quatro suspeitos de terem participado do crime. Imagens das câmeras de segurança da igreja já estão sendo analisadas pelo Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Nelas, é possível identificar o quarteto pulando a cerca do templo religioso momentos antes do crime que tirou a vida do líder paroquiano.

Ninguém teve a identidade divulgada até então. “As imagens vão continuar sob sigilo para garantir o êxito das investigações”, disse Rosseto. Desde a madrugada deste domingo (22/09/2019), a PCDF analisa a cena do crime . “O que podemos afirmar, de fato, é que se trata de um latrocínio, sem dúvida. Começamos os trabalhos às 23h40 e estamos aqui até agora, em busca dos vestígios”, afirmou o delegado-chefe da 2ª DP.

Rosseto explicou que o crime ocorreu quando o padre se dirigia para uma obra, nos fundos da paróquia, após celebrar a missa das 18h30. “Pelo levantamento que fizemos, foi entre 18h40 e 21h40. Temos suspeita de que quatro homens já esperavam por ele no local”, disse. A PCDF já sabe o trajeto de fuga adotado pelos criminosos, que deixaram, pelo caminho, um HD, um celular e uma maleta.

Os investigadores contam com o testemunho do caseiro José Gonzaga da Costa, de 39 anos, que também foi feito refém pelos bandidos, mas conseguiu fugir e pedir socorro. À PCDF, o funcionário disse que os suspeitos estavam armados. “Segundo o relato, um dos indivíduos deu um soco no rosto dele e colocou uma arma em sua boca. Ele ouviu os outros falarem que também estavam armados”, apontou Rossetto.

Padre Casemiro (como era conhecido) foi encontrado com os pés e as mãos amarrados, e com um arame farpado envolto ao pescoço. O religioso também tinha uma lesão na cabeça, segundo a polícia. O corpo estava do lado de fora da casa paroquial, que fica nos fundos da igreja. A causa da morte só será esclarecida após a autópsia.

Segundo o investigador, na fuga, os criminosos deixaram parte dos objetos roubados. “A casa está toda revirada. Um cofre foi arrombado e temos imagens que mostram eles pulando o muro da igreja”, finalizou o delegado.
Suspeitas

Padre Casemiro já havia alertado as autoridades policiais do DF sobre a insegurança que rondava a região. Há cinco meses, em 21 de abril deste ano, em pleno Domingo de Páscoa, ladrões invadiram o templo e levaram o sacrário do altar. A peça havia sido doada há 20 anos e tem valor estimado em R$ 20 mil.

De acordo com o delegado-chefe da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), Laércio Rossetto, no momento não é possível vincular os suspeitos do crime aos autores do roubo do sacrário. “Não podemos fazer essa ligação ainda.”

A Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), da PCDF, auxilia nas investigações.
Testemunha

O irmão do caseiro Célio Gonzaga da Costa, que dormia no local na hora do crime, disse ao Metrópoles que o caso aconteceu logo após o religioso celebrar a missa das 18h30. Padre Casemiro, como é conhecido pelos fiéis, tinha ido fiscalizar uma obra que acontece no terreno da paróquia.

“Meu irmão contou que eram quatro criminosos. Eles pularam a grade, mas eu não ouvi porque estava dormindo. Acordei quando meu telefone vibrou por volta das 21h30. Foi quando ouvi meu irmão gritando socorro e fui acudir. Nesse momento eles fugiram”, revelou Célio. José Gonzaga sofreu escoriações nos braços, mãos e foi transportado para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) estável e orientado. Foi ele quem conseguiu gritar por socorro, afugentando os ladrões, segundo a corporação.


Fonte - Metrópoles

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