Programa habitacional federal cobra taxas que variam de 5,5% a 8,16% a depender da renda. Nova linha vai de 2,95% a 4,95% mais IPCA
DÊNIO SIMÕES/AGÊNCIA BRASÍLIA
Com a nova linha de crédito de financiamento imobiliário da Caixa, medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ou seja, pela taxa da inflação oficial, os valores do Minha Casa Minha Vida podem ficar menos atrativos em relação ao novo cálculo.
O programa habitacional do governo federal cobra taxas que variam de 5,5% a 8,16% a depender da renda de quem está financiando o imóvel. Agora, o banco público cobrará o IPCA + 2,95% ao ano até o IPCA + 4,95% ao ano, a depender do contrato. A prestação será reajustada sempre a partir da divulgação da taxa anual pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O possível barateamento da nova estratégia em relação ao Minha Casa Minha Vida foi confirmada pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães (foto abaixo). Quando questionado se o programa poderia ficar com taxas mais altas em relação ao novo cálculo, ele foi sucinto. “Pode ser que sim”, admitiu. As novas taxas não são válidas para o Minha Casa Minha Vida, que normalmente cobra juros mais baixos.
Os contratos de financiamento habitacional com atualização pelo IPCA seguirão o prazo máximo de 360 meses (30 anos) e quota máxima de parcelamento de 80% do valor do imóvel. As novas taxas variam de acordo com o relacionamento do cliente com o banco e passam a valer a partir da próxima segunda-feira (26/08/2019).
JACQUELINE LISBOA/ESPECIAL PARA O METRÓPOLES |
A Caixa estima que a redução real no valor da prestação pode variar de 35% a 51%. Num imóvel de R$ 300 mil, começa-se pagando cerca de R$ 3 mil e é possível reduzir até 51% do valor da prestação, passando a pagar pouco mais de R$ 1,5 mil, por exemplo.
Pedro Guimarães acredita que o novo cálculo dará mais condições ao financiamento imobiliário, sobretudo aos clientes mais carentes, e que não prejudicará o Minha Casa Minha Vida. “Acreditamos que a linha corrigida pelo IPCA é o futuro”, ponderou.
As novas taxas valem somente para novos contratos. Clientes que possuem financiamento com a Caixa ou outros bancos não poderão migrar para o cálculo baseado no IPCA. A legislação do setor não permite a troca de base do indexador. A Taxa Referencial (TR) era utilizada nos contratos mais antigos. Ela varia entre 8,30% e 9,95%.
Otimismo
A Caixa estima que as novas regras fomentarão o mercado imobiliário. O banco prevê que será possível fechar 150 mil novos contratos e o lucro pode chegar a R$ 10 bilhões.
O novo cálculo foi anunciado nessa terça-feira (20/08/2019) em evento no Palácio do Planalto. O presidente, Jair Bolsonaro (PSL), comemorou. “Todo mundo ganha. Essa medida vem de (sic) encontro ao que as pessoas esperam da gente”, ponderou.
Essa é a segunda mudança que o banco público promove. Em junho, a Caixa reduziu 1,25% ponto percentual nas taxas de juros para operações pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Fonte - Metrópoles
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