Escolhas
erradas, ego, sonhos e reprovação do eleitorado fez com que, mais uma vez,
Santa Maria não elegesse seu representante para a Câmara Legislativa do
Distrito Federal.
Mais
uma eleição e os candidatos da cidade amargaram a decepção de não conseguirem
votos suficientes que pudessem elegê-los deputados distritais. Pelo menos uma
coisa é certa, os candidatos estão longe de serem aprovados pela população que
a cada dia se mostra mais exigente quanto a escolha de representantes na
política do Distrito Federal.
Jaqueline
Silva (PTB), com mais de 13 mil votos continua sendo a mais votada da cidade.
Todavia, possivelmente após ter feito escolha errada, acabou ficando de fora da
disputa. Ainda pesa na campanha da candidata o fato de ter sido impugnada por
um “erro do partido” em não ter apresentado documentação da candidata e de
outros mais em tempo. A situação do PTB está aguardando julgamento no TSE e se
obtiverem êxito, Jaqueline estará eleita, pois a coligação conseguiu voto
suficiente e a candidata foi a mais votada. Agora é aguardar.
A
grande novidade das eleições entre os candidatos locais, Daniel Radar (PPS) se
destacou. O postulante que fez uma campanha modesta, sem recursos e no “boca a
boca”, alcançou a marca dos 12.208 votos, desbancando muitos candidatos que
gastaram rios de dinheiro e contrataram dezenas de cabos eleitorais. A equipe
de Daniel não tinha mais do que dez voluntários que se revezavam nas ruas da
cidade ou nas principais avenidas, empunhando bandeiras ou cartazes. Um dos
pontos fortes da sua campanha foi o apoio recebido pelo senador da república
pelo DF, José Reguffe.
Medalhões
que ultrapassaram a faixa dos 5 mil votos na eleição passada, desta vez,
ficaram pelo caminho e não chegaram a metade, exemplo foi o candidato Nery do
Brasil (Avante) que alcançou 3.357 votos, menos da metade dos 7.288 da eleição
passada.
Novato
na disputa, porém experiente na política, Erivaldo Alves (PPL), dissidente do
PT, porém, com grande força entre simpatizantes do partido, não conseguiu
passar dos 1.861 votos, mostrando que a esquerda na cidade está dividida e
bastante fragilizada com os últimos acontecimentos.
Algo
em comum entre Nery e Erivaldo é que os dois foram administradores de Santa Maria
em épocas distintas, sendo que Erivaldo administrou a cidade na gestão Agnelo
Queiroz e Nery no início do governo Rollemberg e mesmo assim, a população não
os aprovou nas urnas.
Outros moradores também participaram do pleito, são eles: Alzira Folha
(PSB) – 1.480; Joana D’Arc Porto Rico (Pros) – 776; Léo Guerreiro (Pros) – 684;
Irmã Dete (Pros) – 422; Diones Almeida (MDB) – 279; Flavinha do Povo – 218.
Santa
Maria também teve dois representantes para a Câmara dos Deputados, são eles:
Rick Marantes (PPL) – 1.532 e José Nogueira (PMB), que teve a candidatura
impugnada.
Com
relação as eleições passadas, aonde Santa Maria apresentou 21 candidatos para a
disputa, nestas eleições o número de candidatos diminuiu sistematicamente e houveram
10 candidatos apenas. Todavia, os postulantes por se intitulares “candidatos da
cidade” e entoarem o “falso” discurso de que, “os moradores deveriam votar em
candidatos locais e pregarem isso em suas campanhas”, fizeram completamente o
contrário, pois, além de não apoiar os dois únicos candidato a deputado federal,
moradores de Santa Maria, ainda trouxeram a tiracolo, candidatos de outras
localidades que não possuem qualquer identidade com a região.
Outra
situação constrangedora é que os votos somados entre todos os candidatos, pouco
mais de 34 mil, dariam para eleger aproximadamente dois deputados distritais. Porém
a vaidade falou mais alto e candidatos experientes amargaram mais uma vez a
derrota. Quanto aos “postulantes a cabos eleitorais” que insistiram e se lançar
candidatos, passaram pelo vexame nas urnas, pois não ultrapassaram a marca de
mil votos.
Enquanto
isso a cidade permanecerá na penúria por mais quatro anos e continuará a ser
taxada de “curral eleitoral de candidatos paraquedistas” que só aparecem
durante o período eleitoral para buscar os votos dos incautos eleitores
tupiniquins. Exceção de alguns deputados que fizeram um bom trabalho pela
cidade, exemplo do deputado Robério Negreiros (PSD). Os demais “candidatos”
locais, ao passarem o pleito eleitoral e diante das dificuldades enfrentadas
pela comunidade, voltarão com o mesmo discurso de que “os moradores erram na
hora do voto, pois deveriam votar em candidatos da cidade”. Mas, nem mesmo
esses fazem uma campanha séria e sim, se postulam quanto candidatos na
esperança de galgar benefícios futuros.
Todos
os candidatos que foram eleitos para a CLDF também tiveram votos em Santa
Maria. Alguns com menor votação do que se esperava, tendo em vista o volume de
suas campanhas. Entre os candidatos eleitos que tiveram votos na cidade, o deputado
reeleito Robério Negreiros (PSD) abocanhou 1.503 votos. O deputado eleito mais
votado do DF, Martins Machado (PRB), foi o terceiro mais votado na cidade com
1.967 votos (Veja tabela dos eleitos abaixo).
Ao
todo, Santa Maria deu 14.396 votos a candidatos “de fora”, muitos com mais
votos do que os locais, sendo o suficiente para ter eleito um deputado local
com folga nestas eleições.
Talvez,
o resultado destas eleições no DF não foi do agrado de muita gente. Porém,
houve grande avanço em relação as eleições anteriores. A comunidade renovou mais
de 50% da Câmara Legislativa e está na iminência de trocar o comando do governo
local, creditando suas fichas no “novo”. Espera-se que na próxima oportunidade
a cidade eleja seu representante e faça parte desse momento único na vida dos
brasilienses.
Fonte - Agência Satélite
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