Com medo de retaliação, a mãe e a irmã do rapaz deixaram o Bairro Novo Horizonte, onde a vítima também morava
Misael com o olho esquerdo roxo - Michael Melo/Metrópoles |
A família do assassino confesso da estudante Raphaella Noviski, 16 anos, saiu do bairro Novo Horizonte, em Alexânia (GO), com medo de retaliação. O Metrópoles conversou com uma prima de Misael Pereira, 19, a comerciante Dirce Rodrigues, 40, e ela afirmou que a mãe e a irmã mais velha do rapaz deixaram a cidade.
“Aqui tudo o que acontece é divulgado rapidamente. Todo mundo sabe onde ele [Misael] mora. É perigoso ficarem lá”, afirmou Dirce. A prima acrescentou que a mãe do rapaz está sob constante efeito de calmantes “por causa do susto”.
A entrevista foi dada depois da audiência de custódia que transformou a prisão em flagrante de Misael em preventiva. “Tudo indica que ele vai pagar. Estamos em choque também, lamentamos pela família da moça”, destacou Dirce.
Misael durante audiência de custódia - Michael Melo/Metrópoles |
A comerciante, dona de um mercado em Alexânia, contou que, há cerca de seis meses, o primo pediu a ela uma oportunidade para trabalhar no estabelecimento. “À época, eu não tinha como contratá-lo”, disse.
Ao descrever Misael, endossou os relatos de estudantes da Escola Estadual 13 de Maio, local da tragédia e onde o suspeito estudou no ano passado. Afirmou que o rapaz é reservado. “Não fala muito, passa pouco tempo com outros parentes, além da mãe e do pai”, afirmou. Ela acrescentou que jamais soube de relacionamentos amorosos do primo ou da intenção dele de namorar Raphaella.
Ex-colega de classe de Misael, Leandro Egito, 18, também afirmou que ele sempre foi “calado” e “quieto”. “Mesmo assim, brincava com os amigos, fazia piadas”, disse o jovem, que estudou com Misael no 6º e 7º anos do ensino fundamental.
Davi é acusado de ter dado cobertura a Misael
após o crime - Michael Melo/Metrópoles
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Além de Misael, Davi José de Souza, 49, responde pelo homicídio de Raphaella. Ele é acusado de dar cobertura ao assassino confesso. Os dois estão presos, na mesma cela, na unidade prisional de Alexânia. Segundo o juiz substituto Leonardo Lopes dos Santos Bordini, do Fórum da Comarca da cidade, os dois ficarão isolados de outros detentos por questão de segurança.
O magistrado explicou por que manteve Misael preso. “Entendi que o caso preenche requisitos para deixá-lo em prisão preventiva, como autoria e prova de materialidade. Ou seja, ele confessou o crime e foi pego em posse da arma utilizada”, detalhou. O juiz acrescenta que viu “risco de reiteração delitiva”. Isto é, entendeu que o rapaz oferece risco à sociedade.
Presos ameaçam assassino de jovem em escola de Alexânia: “Vai morrer”
Moradores do município goiano relatam que é possível ouvir as ameaças contra Misael Pereira de fora do presídio
A revolta com o assassinato da estudante Raphaella Noviski, 16 anos, na segunda-feira (6/11), em uma escola de Alexânia (GO), não se restringe apenas aos familiares e amigos da vítima. Na noite desta terça (7), moradores que passavam em frente ao presídio da cidade ouviram detentos fazendo ameaças contra o assassino confesso da jovem, Misael Pereira, 19 anos: “Vai morrer”.
Segundo relatos feitos por habitantes de Alexânia ao Metrópoles, os presos gritaram a frase por algumas horas. As ameaças podiam ser ouvidas de fora da unidade penitenciária. “Nunca vi isso por aqui. Estamos assustados”, contou um morador, que pediu para não ter o nome divulgado.
A prisão preventiva de Misael Pereira foi decretada nesta terça após audiência de custódia. Ao chegar ao Fórum da Comarca de Alexânia (GO), o jovem estava com um olho roxo. Ao juiz, afirmou que havia caído no banheiro da cela.
Assassino confesso de Raphaella sobre olho roxo: “Caí no banheiro”
Misael Pereira participou de audiência de custódia nesta terça-feira (7/11) e tentou justificar ao juiz o hematoma no olho esquerdo
Misael Pereira, chegou por volta das 14h desta terça-feira (7/11) para a audiência de custódia no Fórum da Comarca da Alexânia (GO). Assassino confesso da estudante Raphaella Noviski, 16, ele vestia camiseta e bermudas brancas, colete à prova de balas e chinelos de borracha. Estava de cabeça baixa.
Ele se manteve cabisbaixo durante a audiência, mas não o suficiente para impedir que o juiz Leonardo Lopes dos Santos Bordini percebesse a marca roxa no olho esquerdo. O magistrado quis saber o que tinha acontecido e Misael respondeu: “Escorreguei no banheiro”.
O rapaz não teve coragem de encarar a mãe de Raphaella, Rosângela Cristina Afonso Silva, que se sentou de frente para o assassino da menina. Misael se manteve frio durante toda a audiência. Após o juiz determinar que ele será mantido preso preventivamente, saiu do fórum sob protestos de populares.
Fonte - Metrópoles
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