Unidade
da Federação foi a que mais fez notificações de potenciais doadores em 2016
Primeiro
lugar em notificação de potenciais doadores por milhão de habitantes e terceiro
em efetivos, em 2016, o Distrito Federal se destaca no cenário nacional de
transplante de órgãos. Neste ano, os dados já apontam que a região continuará
figurando nessas posições de liderança.
Durante
o ano de 2016, foram feitas 321 notificações de potenciais doares, o que
representa 110,1 por milhão de pessoa, segundo dados da Associação Brasileira
de Transplantes de Órgãos. No primeiro semestre deste ano, já foram 137
notificações.
De
janeiro a junho deste ano, foram feitos 313 transplantes, a maioria de rim (51)
e córnea (160). Em nível nacional, o DF foi o que apresentou a maior taxa de
transplante por milhão de pessoa, seguido de Ceará e Paraná.
O
Distrito Federal também é destaque nacional em transplantes de coração. No
primeiro semestre deste ano fez 16 procedimentos do tipo.
313Número
de transplantes feitos no DF de janeiro a junho, a maior parte de rim e córnea
Pernambuco
e DF foram as únicas unidades que fizeram mais que cinco transplantes por
milhão de pessoas em todo o País.
Apesar
do cenário positivo, ainda é preciso que as pessoas se sensibilizem e
comuniquem aos familiares o desejo de tornar-se doador.
O
mês de setembro, mais especificamente o dia 27, é reservado à conscientização
sobre a importância da doação de órgãos.
“Hoje
em dia não é mais preciso que a pessoa deixe expresso em documento que é
doadora. Basta que a família autorize o procedimento, depois de constatada a
morte encefálica do paciente”, explica a coordenadora de Transplantes do DF, Daniela
Salomão.
Ela
diz que, constatada a morte encefálica, a família é informada e chamada para
uma entrevista. “Neste momento, explicamos como funciona e tiramos todas as
dúvidas a respeito do procedimento”, detalha.
Em
todo o País, 32 mil pacientes aguardam na fila. No DF, são 348 pessoas à espera
de um órgão para os seguintes transplantes:
247
de rim, 09 de fígado, 19 de coração e 73 de córnea.
Quem
recebe um órgão, sabe da importância desse ato na prática. É o caso de Gaby
Gonçalves, de 40 anos, que passou 11 meses aguardando por um transplante de
rim. “Valorizo mais a vida, passei a praticar atividade física, participo de
corrida de rua e estou com alimentação mais saudável”, conta.
Gaby
foi uma das participantes de evento em alusão ao Dia Nacional da Doação de
Órgãos e Tecidos no Hospital de Base, na manhã de quarta-feira (27). Para
Francisco das Chagas Cunha, de 45 anos, que também recebeu um rim, quem doa
órgãos doa vida a outra pessoa.
"Valorizo
mais a vida, passei a praticar atividade física, participo de corrida de rua e
estou com alimentação mais saudável"
Gaby Gonçalves, transplantada de rim
Após
20 anos na expectativa de um doador, Cunha viu tudo mudar há sete meses.
“Estava na cadeira da hemodiálise quando recebi a ligação informando que haviam
encontrado um rim compatível. Hoje vivo muito bem, estou muito feliz”, conta.
Atualmente,
o DF faz transplantes de medula, coração, fígado, rim e córnea. Os
procedimentos, na rede pública, são centralizados no Hospital de Base, Hospital
Universitário de Brasília e Instituto de Cardiologia.
Segundo
Daniela Salomão, a captação de órgãos pode ser feita em qualquer hospital, por
equipe credenciada. “O hospital comunica à equipe a probabilidade de morte
encefálica, e, ocorrendo de fato, as equipes de captação – cada órgão tem uma
específica – vão até a unidade fazer os procedimentos necessários”, explica.
Em
casos de doadores intervivos, ou seja, na doação de rins, o processo varia um
pouco. “No Brasil, precisa haver relação de parentesco de até quarto grau ou ser
cônjuge para verificar compatibilidade”, orienta.
Em
casos onde não há parentesco, enumera a coordenadora, “é preciso passar por
procedimento legal: isenção de repasse financeiro, compatibilidade, depois
passar pelo comitê de ética do hospital e depois uma autorização judicial.”
Para
verificar a compatibilidade dos órgãos, o Hemocentro é ator principal. É o
único laboratório do DF responsável por fazer a triagem laboratorial de
doadores e receptores.
“Todo
paciente que deve passar pelo transplante já faz o exame chamado HLA, que fica
armazenado em nosso banco de dados e cadastrado na fila de transplante. Caso
apareça um doador, é colhido material para fazer este mesmo exame nele”,
explica o chefe do Núcleo de Suporte de Transplantes da unidade, Jeferson do
Carmo Araújo.
Ele
explica, ainda, que após confirmada a compatibilidade, é feito um teste in
vitro para verificar se há ou não risco de rejeição pós-transplante.
No
caso de doação de medula, o procedimento é semelhante. “A diferença é que o
doador vem até a unidade e colhemos a amostra que vai para o Registro Nacional
de Doadores de Medula Óssea (Redome)”, explica Araújo.
“Quando
algum paciente necessita de doação, esse banco é consultado e, encontrando um
doador, este é reconvocado para novos exames e só depois encaminhado para o
transplante”, completa.
No
primeiro semestre de 2017, o DF fez 41 transplantes de medula óssea. Para quem
deseja doar, é preciso ligar antes no 160, opção 2, para agendar o dia de
retirar a amostra. Quem faz o transplante é o ICDF.
Fonte - Agência Satélite
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