Após
um “lapso” da então gestão (Alan do Sacolão – PRB) que presidia a Câmara
Municipal de Novo Gama na legislatura passada, aonde, o mandato após o
resultado das urnas serviu apenas para a então mesa diretora ocupar a cadeira e
esperar a legislatura chegar ao fim, a Lei nº 1.586 de 21/12/2017, deixou de
ser publicada e os planos da nova gestão em ter reajustado os seus salários
foram por água abaixo. A Lei de autoria de onze dos treze vereadores da época
entraria em vigor, de fato e direito, a partir do dia 1º de janeiro deste ano,
diga-se de passagem, dos onze vereadores apenas três foram reeleitos. Todavia,
o tal “lapso” da então gestão fez com que a publicação se tornasse tempestiva devido
expirar o prazo para publicação. Assim, perdendo sua validade.
Mesmo
assim, no dia 1º de janeiro os salários dos vereadores foram reajustados, dos
R$ 8.016,00, passando para R$ 9 mil mensais, feito com base na suposta
publicação da tal Lei, ou seja, mais cedo ou mais tarde traria problemas aos
novos parlamentares, tendo em vista que essa não havia sido oficializada.
A
justificativa da atual mesa diretora da Câmara para a não publicação da Lei no
tempo hábil seria um “lapso” da gestão anterior que tinha a responsabilidade de
publica-la. “Com relação a atual gestão, não nos restaria nada a não ser
colocar em prática a decisão tomada no plenário pela gestão anterior e a sua
publicação era de inteira responsabilidade do senhor presidente da época, ou
seja, do então vereador Alan do Sacolão”, informou vereadora Ilma do Baduca -
PSDB, atual presidente.
Mas,
um fato que chamou a atenção da presidente da Câmara aconteceu ao checar os
arquivos da presidência. Ilma e sua assessoria não encontrou qualquer documento
que comprovasse a existência e publicação da tal Lei. Assim, ao questionar os
demais vereadores que compõem mesa diretora, ela se viu em um dilema que
poderia trazer grandes transtornos jurídicos a atual gestão caso mantivesse o
reajuste dos salários dos vereadores. Um deles seria a não aprovação das contas
do primeiro semestre da atual gestão pelo TCM.
Após
reunião com os demais vereadores, a presidente informou que a única alternativa
da mesa diretora seria a redução dos salários aos valores anteriores.
Estranhamente, após o comunicado, o documento (original) chegou até suas mãos.
Isso aconteceu na última segunda-feira (14), pelas mãos do vereador Christovam
Machado - PSDC, diga-se de passagem, vereador de primeiro mandato e principal
opositor de Ilma na Câmara.
Com
isso, uma comissão formada pelos vereadores Pastor Cícero - PRB, Pelé - PR,
Neto Dantas - PTN, além da presidente Ilma do Baduca - PSDB, acompanhados pelos
departamentos, jurídico e de pessoal da Câmara se dirigiram ao TCM a fim de
protocolar a Lei e tentar manter os salários reajustados. Na ocasião foram
informados por funcionários do TCM que a lei estava intempestiva, ou seja, fora
do prazo para publicação e que a Câmara deveria encontrar urgente, uma solução
para não responder juridicamente pelo ato. A comissão ainda ouviu do TCM que,
em caso de haver devolução dos valores excedentes por parte dos vereadores,
possivelmente, após análise do órgão e caso a Lei for julgada, aceita e publicada,
esses poderão ser ressarcidos da tal devolução. “Se for aceita os vereadores serão
ressarcidos, caso queiram. Todavia, por se tratar de uma Lei intempestiva, terá
que ser analisada primeiramente, não tendo quaisquer garantias de aceitação
devido o prazo para sua publicação já ter expirado”, disse um assessor do TCM à
comissão.
Assim,
em reunião entre o departamento técnico, mesa diretora e vereadores, ficou
decidido que os salários seriam reduzidos e que os vereadores deveriam devolver
aos cofres públicos os valores excedentes aos meses que receberam o reajuste,
ou seja, R$ 7.744,00 por vereador, acarretando em uma economia de R$ 116.160,00
pelo oito meses recebidos “indevidamente”. Para a devolução ficou acordado que os
valores seriam descontados por meio legislação vigente.
De
acordo com a presidente, permanecer com o reajuste do subsídio dos vereadores
sem qualquer respaldo jurídico seria o mesmo que cometer uma fraude com o
erário público. “Eu não vou fazer uma coisa para me prejudicar, prejudicar os
vereadores e mais tarde ter que responder por tal alto. Não posso manchar a imagem
da Câmara, tampouco dos vereadores que lutam para representar a população nesta
Casa de Leis”, finalizou Ilma do Baduca.
Fonte - Agencia Satélite
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