Advogado diz que foi confundido com traficante. Delegado responsável pelo caso afirma que não vai apurar denúncia de abuso de autoridade.
O advogado Celso Daniel Lelis (Foto: TV Globo/Reprodução) |
A família do advogado que foi preso na porta da casa da sogra, em Ceilândia, no Distrito Federal, na última terça-feira (8), disse que vai entrar com ação no Ministério Público por abuso de autoridade contra policiais civis que o abordaram. O advogado é servidor da Secretaria de Educação e disse que foi preso por engano, confundido com um traficante.
O delegado da 19ª DP, que investiga o caso, nega que houve excessos na conduta dos policiais e disse que a denúncia de abuso de autoridade não vai ser apurada. Celso Daniel Lelis foi abordado por volta das 22h e, segundo ele, os policiais estavam em um carro descaracterizado e não se identificaram no momento da abordagem.
Advogado confundido com traficante acusa agentes de abuso de autoridade |
Segundo a Polícia Civil, na noite de terça (10), uma equipe investigava tráfico de drogas na região, quando avistaram um veículo suspeito com as mesmas características do carro de Daniel. A corporação disse que os agentes ligaram a sirene, pediram para que ele parasse, mas o advogado saiu em alta velocidade. Por isso, segundo a polícia, ele foi abordado na casa da sogra.
Daniel nega a versão da polícia. Ele diz que não foi perseguido, que não houve sirene ou pedido de parada. A sogra dele estava em casa e viu a abordagem. Daniel foi levado para a 19ª DP, em Ceilândia, onde foi indicado por desacato, desobediência e por se negar a apresentar os documentos.
O delegado Fernando Fernandes da 19ª DP, responsável pelo caso (Foto: TV Globo/Reprodução) |
A polícia não encontrou drogas com ele e Daniel foi liberado sete horas depois. A família dele foi até a delegacia, onde teve uma confusão. Segundo os familiares, ninguém foi autorizado a acompanhar a revista do carro.
De acordo com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a abordagem policial só pode ser feita se houver risco de danos a terceiros ou de fuga do suspeito. Em todos os casos, os policiais devem se identificar. Segundo a OAB, a abordagem de Daniel não preencheu os requisitos que a lei determina.
Durante a confusão, dois irmãos de Daniel e um amigo, que é policial militar, foram presos por desobediência, desacato e resistência, mas já foram liberados. Segundo a polícia, eles tentaram invadir a delegacia, que estava fechada. A irmã do advogado ficou com o celular que usava para filmar a confusão apreendido. As imagens, segundo a polícia, serão periciadas.
Fachada da sogra de Daniel, onde ocorreu abordagem e prisão (Foto: TV Globo/Reprodução) |
Fonte - G1/DF
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