Durante a sessão ordinária nesta
quarta-feira (22), a deputada Celina Leão (PPS) ocupou a tribuna, no Plenário
da Câmara Legislativa do DF (CLDF), para criticar a criação do Instituto
Hospital de Base. A parlamentar fez, ainda, uma observação sobre a rapidez na
aprovação do projeto do Executivo nas comissões da Casa, sem a realização de
qualquer audiência pública. “Ele passou nas comissões como se fosse um
vendaval. Não se trata de um projeto que tenha de ser votado dessa forma, como
está sendo feito. Estamos tratando da vida das pessoas”, defendeu.
Para a parlamentar, a forma como esta
matéria do Executivo está sendo conduzida não é correta. “Esse projeto é uma
irresponsabilidade e está sendo apreciado no calor
das emoções do que jeito que o governo quer,
sem instrução, de forma açodada. É um tema relevante”. E relembrou que quando
estava na presidência da Casa todos os temas relevantes eram chamados para
realização de audiência pública. “Agradamos e desagradamos muita gente, mas
discutimos os projetos, eram debatidos. Por isso, vou entrar com um
mandado de segurança contra a tramitação desse projeto, porque nossa Lei
Orgânica é clara. Não podemos terceirizar entidades fins”, justificou a
parlamentar.
Celina diz que a terceirização do
órgão não é o caminho para a solução dos problemas na área. "O Estado tem
de dar condições para os servidores trabalhar. Estão sucateando para
terceirizar. A criação do instituto "cheira a dívida de campanha não
paga", avaliou.
Em seu discurso, a parlamentar deixou
registrado os argumentos que a fazem ser contrária a instalação do instituto.
“Se o serviço do hospital for terceirizado, e não receberem o pagamento, os
funcionários vão cruzar os braços e o hospital será fechado. Sem material e
equipamento como está ocorrendo, ninguém trabalha. Enquanto que, nas mãos dos
servidores públicos eles estão levando os serviços, mesmo com salários
atrasados e até sem outros benefícios em dia e até tirando dinheiro do próprio
bolso. Eles têm compromisso porque são servidores públicos. O caminho não é
terceirizar, mas investir de verdade, na saúde pública”.
A parlamentar utilizou, como exemplo,
o Centro de Saúde no Riacho Fundo, que não tem nem telefone há mais de um ano.
São testemunhos tão malucos que tomamos conhecimento. Teve médico que, para não
deixar o paciente sem socorro, precisou comprar até linha de sutura, correndo o
risco de responder processo por conta disso. “Esse é o cenário que estamos
vivendo”.
O discurso de Celina contou com apoio
do deputado Wellington Luiz (PMDB), que seguiu a linha de rejeição na aprovação
do projeto do governo. Ele pediu cuidado na votação da proposta e disse que
criaram outro nome para o projeto das organizações sociais.
Ascom da deputada Celina Leão
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