Canetada do socialista foi além. Parte da equipe do vice-governador também foi demitida nesta terça-feira (3/1)
O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) reagiu rapidamente às críticas feitas por seu vice, Renato Santana (PSD), ao reajuste de até 25% no valor das tarifas de ônibus e metrô. Na edição desta terça-feira (3/1) do Diário Oficial do DF, Santana foi exonerado do comando da Administração Regional de Vicente Pires, que ocupava interinamente, e teve parte de sua equipe de comissionados demitida pelo chefe do Executivo local.
REPRODUÇÃO/DODF
Ao Metrópoles, o vice-governador se mostrou indignado: “Sugeri a demissão de quem sugeriu ao governador apenas a alternativa de aumento de passagens. E fui demitido de Vicente Pires sem nenhuma ligação do governador”.
Santana disse ainda que todas as vezes em que foi acionado por Rollemberg esteve à disposição. “Fui prontamente atender, por entender que essa é a forma de colaborar com a cidade, trabalhando. Não vou jamais deixar de dar e expressar meu ponto de vista sobre as coisas que afetam a vida da cidade em que nasci e, hoje, tenho a oportunidade de colaborar com a gestão”, declarou.
Tensão
A relação entre Rollemberg e Santana sempre foi tensa. Focado em 2018, quando estuda sair candidato a deputado federal, e certo de que o governo do qual faz parte já não tem prazo para recuperação, o vice-governador nunca gostou de ocupar uma posição de coadjuvante na política local.
Sua estratégia é aparecer e tornar-se um contraponto à letargia do titular que, em meio a uma conjuntura de dificuldades, não conseguiu promover grandes avanços nos primeiros dois anos de governo. A meta de seu partido, o PSD, é eleger pelo menos dois nomes pelo DF.
Numa investida mais popular, ele meteu a colher de pau no preço da refeição no Restaurante Comunitário: “Foi um cálculo burro, uma economia burra”. Opinou sobre o local onde os times de futebol americano vão treinar e lamentou sobre a situação dos bichos idosos confinados no Zoológico de Brasília.
Criticou o reajuste das passagens – chegou a dizer que se fosse governador demitiria secretário que falasse em aumento de tarifas – e não poupou ataques à equipe de governo quando sua cunhada morreu vítima de dengue. Publicou um texto na internet convocando os “tecnocratas” que fazem parte do GDF arregaçarem as mangas e saírem “da bolha dos gabinetes”.
A tensão entre os dois atingiu carga máxima em julho do ano passado, quando Renato Santana foi grampeado pela presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, ao falar sobre a existência de um suposto esquema de pagamento de propina dentro do GDF. Em um dos áudios, o vice afirma que Rollemberg está “fodido”.
Fonte - Metrópoles
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