Nesse período pós resultados
das eleições municipais destacam-se os novos prefeitos eleitos, os mesmos de
outrora e, também, os “especialistas” em política, os mesmos de todos os
tempos. Para estes, quem ganha ou perde são os velhos caciques dos partidos e
não os prefeitos eleitos. Partindo dessa premissa, eles já definiram o
candidato à Presidência da República em 2018 pelo Partido da Social Democracia
Brasileira – PSDB, cuja sigla nasceu de uma costela do Partido do Movimento
Democrático Brasileiro - PMDB, mas ninguém se lembra mais disso. A
constatação óbvia da derrocada do Partido dos Trabalhadores – PT fecha o ciclo
de “análises” políticas.
Para realçar o candidato do
PSDB, fazem ilações bizarras, para dizer o mínimo. Costumam atribuir a vitória
de qualquer prefeito eleito, do Oiapoque ao Chuí, ao apoio dado pelo governador
de São Paulo. Qualquer coisa se tranforma em apoio decisivo, “tipo” assim:
“quando morou em São Paulo nos anos sessenta, o prefeito vencedor era amigo da
amiga de uma cozinheira que trabalhava na casa da prima do governador”.
Simples, assim. Com tamanha influência, o resultado só poderia ser a vitória
certa do candidato.
Utilizam-se da mesma régua,
em sentido oposto, para vaticinar a derrota do pretenso concorrente. Aqui um
parêntese só para reforçar que a única função de partidos políticos no Brasil é
lançar candidatos. Além de se sustentarem à custa do suado dinheiro do
contribuinte, que recebem por meio do Fundo Partidário.
Escolhido o candidato,
passa-se à exposição de suas virtudes. Nunca se aponta ou comenta alguma falha,
algum projeto mal executado. O único vitorioso dessas eleições, o governador de
São Paulo, talvez seja quem exerceu o cargo de governador por mais tempo na
história brasileira.
Já o partido dele governa o
Estado de São Paulo há 22 anos. Completará 24 anos na época em que ele estiver
em campanha prometendo a solução da segurança para o país. Nenhum especialista
começa a pesquisar se o número de assassinatos ultrapassou um milhão de pessoas
no período em que o PSDB governou o estado. Simplesmente para que, quando o
candidato deste partido estiver prometendo a solução para a segurança do país,
esse número de assassinatos sirva para um confronto, possibilitando indagar a
este candidato o que faria de diferente para garantir a segurança de um país,
quando fracassou no próprio estado que governou.
Ele e a segurança servem de
exemplo apenas por já ter sido escolhido pela mídia. Mas, vale para qualquer
pretenso candidato e para qualquer área, como educação, saúde, estradas,
infraestrutura e todas as demais.
A falta de segurança pode
ser atestada por qualquer um, por experiência própria. No meu caso, em
agosto de 2016, minha filha foi assaltada, por um pedestre, ao meio dia de um
sábado, na frente do condomínio onde mora. No último dia 31 de outubro, foi
novamente assaltada, desta feita por dois homens numa motocicleta, no mesmo
lugar. Ela vai continuar pagando um celular que não possui mais.
E esse exemplo pessoal não é
dirigido somente ao governador, mas também aos “especialistas” da área de
segurança, que vivem defendendo pena branda para “crime de menor potencial
ofensivo”. Um celular! Não é pelo objeto. Minha filha teve a sensação de morte,
ao ficar encostada numa parede, de costas para eles. Isso é o que chamam de
“menor potencial ofensivo”. Se fosse um avião... O que vale menos: um celular
para minha filha ou um aviãozinho para o dono da Odebrecht?
Obs: um blablablá danado
sobre a “necessária” reforma política, na proporção inversa de um silêncio
absurdo quanto ao voto facultativo. Em 2018, ou facultativo ou nulo. Lema
lançado.
Fonte -
Administração Regional de Santa Maria
Texto - Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP - Bacharel em direito
Fotos -
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