A confusão aconteceu no interior do
Shopping Center e causou incomodo aos usuários que relataram abuso por parte
dos jovens.
Oito jovens entre 16 e 17 anos de idade
acusam os seguranças do Santa Maria Shopping, um dos principais centro de
compras da cidade de homofobia (quando pessoas não são aceitas por sua opção
sexual). De acordo com os jovens, “ao
entrarem no centro de compras, os seguranças sem qualquer motivo aparente os
repreenderam e os retiraram a força sob socos e pontapés”, versão contestada
pela direção do Shopping Center, que usou imagens do circuito de segurança na defesa
dos funcionários.
Na versão da direção do shopping, no dia do
incidente (11/06), os jovens entraram no centro de compras “gritando e
fazendo algazarra”. “Além de estarem
promovendo gritaria, eles começaram a pendurar nas escadas rolantes em típico
ato de vandalismo e ao serem abordados pelos seguranças, começaram a ofendê-los,
principalmente com palavras de baixo calão”, informou.
Ainda de acordo com o diretor, após
tentativas de diálogo e pedido de respeito aos seguranças e ao ambiente e,
diante das negativas dos jovens que “alteravam
o tom das ofensas” a cada interpelação, o que, segundo a direção, estava
causando desconforto aos usuários daquela unidade comercial. “Assim, não restou alternativa aos
seguranças a não ser procederem com a retirada dos jovens do interior shopping”,
relatou.
De acordo com a dona de casa Maria Lúcia de
Almeida, as gritarias proferidas pelos jovens as deixaram, ela e a filha
amedrontadas. “Pensamos que estava
acontecendo um assalto ou arrastão. Os jovens partiram para cima dos seguranças
gritando e os chamando de homofóbicos. Não tenho nada contra eles, mas, poderiam
respeitar mais o espaço. Caso sentissem-se ofendidos, poderiam procurar
primeiramente a polícia e não ficarem gritando e xingando as pessoas daquele
jeito”, resumiu.
Já o comerciante José Antônio Rodrigues,
achou exagerada a reclamação dos jovens e elogiou a atitude dos seguranças em
não deixar que o grupo perturbasse o sossego dos usuários que estavam no
shopping. “Se deixassem eles, apesar do
numero pequeno de pessoas, iriam promover uma baderna aqui no shopping. Eu tive
que sair por outra porta”, disse.
O episódio não parou por aí. Segundo a
direção, na terça-feira (14/06), que sucedeu o primeiro caso, alguns jovens
retornaram com o intuito de “tirar
satisfação com os seguranças”. “Pelo
tom das ofensas, tudo indicava que eles estavam dispostos a partir para a briga
com os seguranças. Foi quando mais uma vez foram retirados do interior do
shopping, sendo inclusive acionado o efetivo policial para proceder a ordem
pública”, enfatizou o diretor.
Em um dos vídeos que circula pelas redes
sociais, mostra que ao serem interpelados por um policial sobre “respeitar o
ambiente, policiais e seguranças”, um dos jovens começa a falar em homofobia e aos
gritos incita os demais a desrespeitarem os policiais e seguranças. “Isso é
homofobia...e pronto...imundices, sujos imundos, lixos... o administrador é meu
tio e ele vai se f... , esse bando de homofóbicos bateram na menina... vamos na
delegacia, vou processar, pois isso é homofobia...”.
A 33ª Delegacia de Polícia apura a denúncia
de que o grupo de jovens foi agredido por seguranças do shopping e o caso
ganhou projeção após um dos rapazes, antes mesmo de procurar as autoridades
policiais, postou no Facebook um relato sobre o episódio.
Na versão dos jovens os sete amigos, todos
menores de idade foram ao cinema, mas, como a sessão estava esgotada, compraram
ingressos para outro dia e decidiram então,
passar o tempo na praça de alimentação e, ao
descerem a escada rolante — que, segundo o jovem, estava desligada —, disseram:
“Vamos apertar o botão para ver se liga”.
Naquele momento, os jovens foram abordados por um segurança, que teria chegado
com o tom de voz alterado, dizendo que não era para apertar botão algum.
“Todos
nós relevamos, e falamos que a escada rolante já estava parada. Ele continuou
insistindo e alterando ainda mais o tom de voz, vindo pra cima da gente (que
somos também um grupo LGBT). Aí, começou uma discussão boba, por uma coisa
inútil”, contou R.S., acrescentando que uma amiga
subiu novamente para poder lanchar. O segurança, no entanto, a parou, disse que
ela não podia subir e mandou que todos fossem embora.
A adolescente contestou a determinação,
porque o shopping ainda não estava fechado, e o segurança teria dito: “Você vai descer sim, por bem ou por mal”.
Em seguida, desferiu “um tapa no rosto da
menina”.
A agressão revoltou o grupo, que subiu a
escada para reclamar com o segurança. Outros quatro funcionários chegaram e,
segundo o relato de R.S., começaram a bater nos adolescentes, com socos, chutes
e pontapés, bem como com ofensas contra a orientação sexual deles.
Os rapazes e as meninas foram à 33ª DP, que
fica ao lado do shopping, para registrar boletim de ocorrência.
Manifestação
O episódio motivou duas manifestações contra a LGBTfobia, marcadas para o domingo (19), em frente ao Shopping, uma às 16h e uma às 20h. De acordo com a organização da manifestação, cerca de vinte pessoas participaram do movimento, apesar do efetivo policial que foi deslocado para o local da manifestação a fim de coibir qualquer tipo de atrito entre os manifestantes e seguranças do shopping, bem como depredação do estabelecimento comercial.
O episódio motivou duas manifestações contra a LGBTfobia, marcadas para o domingo (19), em frente ao Shopping, uma às 16h e uma às 20h. De acordo com a organização da manifestação, cerca de vinte pessoas participaram do movimento, apesar do efetivo policial que foi deslocado para o local da manifestação a fim de coibir qualquer tipo de atrito entre os manifestantes e seguranças do shopping, bem como depredação do estabelecimento comercial.
A direção do Santa Maria Shopping informou que o local é
público é por ser uma das únicas opção de compras e lazer da região, todos são
bem vindos. “Todavia, a ordem tem de ser
mantida para que a seja resguardada a segurança e comodidade dos nossos
usuários. Não podemos em nenhuma espécie deixar que depredem o Shopping Center”,
finalizou o diretor.
Fonte - Agência Satélite
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