Fonte
– Jornal Metrópoles com adaptações Jornal Satélite Notícias
Mais
de dez empresas estão sendo investigadas por combinarem preços de obras,
serviços e eventos, no período entre 2012 e 2014. E-mails foram interceptados
pela Polícia Civil.
Mais
de R$ 250 milhões foram desviados entre 2012 e 2014 em contratos e licitações
realizadas em 19 administrações regionais do Distrito Federal. Segundo investigações
da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes contra a Administração
Pública (Decap), há indícios de que os processos tenham
sido fraudados, inclusive com a participação de empresas fantasmas em
eventos e obras. Os serviços variavam entre R$ 40 mil e R$ 650 mil.
“São
contratos com construtoras, com empresas de eventos e serviços em geral. Muitos
já foram alvos de sindicância. O que nos chamou a atenção é que uma pessoa, por
exemplo, aparece como o dono de mais de duas empresas diferentes”, disse o
delegado-chefe da Decap, Alexandre Linhares.
Pelo
menos dez empresas, ligadas por vínculos familiares, estão na mira da Polícia
Civil. Elas combinavam, por meio de e-mails interceptados pela Polícia Civil,
quem iria vencer a licitação. Algumas, de acordo com as investigações,
teriam sido criadas exatamente no período investigado, na gestão do petista
Agnelo Queiroz à frente do GDF. Com o fim do governo passado, elas foram
extintas.
Segundo
Linhares, as empresas eram contratadas por convite, por se tratar de
pequenas obras e serviços, como recapeamento e construção de
meios-fios. Elas se apresentavam todas juntas e combinavam preços,
evitando que outros estabelecimentos fora do esquema vencessem. “As
empresas tinham o mesmo telefone, mesmo escritório de contabilidade, mesmo
endereço. Até os contratos de propostas tinham os mesmos erros ortográficos”,
disse o delegado.
Linhares contou
que a maior parte dos contratos contava com alto grau de comprometimento do
ex-administrador de Taguatinga, Márcio Hélio Guimarães. “Processos foram
destruídos”, destacou o policial. De acordo com ele, secretarias também serão
investigadas para ver se há participação de outros servidores.
Entre
as empresas citadas pelo delegado, que são alvo da investigação, estão a La
D’art, Fiber, MG, Terra Plena, Bracon, Cometa, Dias
Moisés, Total, Mult Work e Estrela. A hipótese de a quadrilha
ter escolhido pequenas obras por conta da Copa do Mundo também foi levantada
pelo delegado, na tentativa de se evitar fiscalização.
Guimarães
foi administrador de Taguatinga em 2006. Ele já foi alvo de outra
operação da Polícia Civil, a Átrio, que apura a venda de alvarás de
funcionamento em Taguatinga e Águas Claras. Por conta dessa investigação,
Márcio Hélio se tornou réu em uma ação penal que tramita na 2ª Vara Criminal da
região administrativa que comandou.
Mandados
Nesta terça-feira (21/6), a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em 19 administrações regionais (veja lista abaixo). Malotes com documentos e computadores foram encaminhados à sede da especializada.
Nesta terça-feira (21/6), a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em 19 administrações regionais (veja lista abaixo). Malotes com documentos e computadores foram encaminhados à sede da especializada.
Segundo
Linhares, um dos indícios de que há irregularidade é que as empresas vencedoras
dos contratos tinham ligação com sócios de empresas concorrentes. Na opinião
dele, isso pode indicar que as concorrentes eram fantasmas e que, na verdade,
não havia concorrência. A ação policial foi batizada de Apate, um
deus grego conhecido por ser o pai do engano e da fraude.
Em
Santa Maria, uma das maiores investigações é com relação ao primeiro ano de
gestão quando o órgão era comandando por Márcio Gonçalves. Márcio saiu do cargo, após nove meses na
administração, sob a suspeita de irregularidades. À época, o Buriti desmentiu
as alegações e Márcio saiu afirmando aos servidores que assumiria outro cargo no
governo. Há bem da verdade, Márcio saiu após suspeitas de superfaturarão em
cachês pagos a bandas que cobravam em média R$ 2 e 3 mil e o órgão pagou R$ 32
mil, entre outros cachês milionários. De acordo com a Decap, houve
indícios de desvios de recursos na 22ª edição da Fassanta, festa em comemoração
ao aniversário da cidade. Veja a lista das administrações investigadas: Águas
Claras; Brazlândia; Candangolândia; Cruzeiro; Ceilândia; Itapoã; Gama; Recanto
das Emas; Núcleo Bandeirante; Riacho Fundo I; Riacho Fundo II; Samambaia; Santa
Maria; São Sebastião; Estrutural; Sobradinho; Taguatinga; Varjão e Vicente
Pires.
Fonte - Correio Braziliense
Leia também em www.agenciasatelite.com.br