Uma promessa feita em torno da garantia dos
direitos dos Frentistas do Distrito Federal levou
a categoria entrar em greve por tempo indeterminado às 6h, da última
segunda-feira (23). Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados em Postos
de Serviços de Combustíveis (Sinpospetro), Carlinhos do Mangão, a paralisação
afetou 70% dos 320 postos do DF. “O objetivo da greve era pressionar os patrões
por reajuste salarial de 21,5%. A categoria também reivindicava correção de 40%
na participação dos lucros das empresas e aumento no valor do vale refeição
(subindo de R$ 13 para R$ 20).
“Infelizmente no Brasil os empregados só conquistar
algo, após ameaças e paralizações e isso é muito ruim para a nossa economia,
mas, não tivemos outra alternativa, pois, tentamos de todas as formas. Foram
meses de negociações e nada dos empregados serem atendidos. Assim, a greve foi
a única alternativa para que os direitos da categoria fossem atendidos”,
relatou Carlinhos.
O valor de 9% é maior do que o valor que o
sindicato que representa os frentistas alega ter recebido. “Estamos tentando
negociar desde janeiro. Estão oferecendo só 6%, bem abaixo da inflação [que
ficou em 10,67% em 2015]. No ticket refeição, só ofereceram aumento de R$ 1”,
disse Mangão.
“A gente sabe que o país todo está em recessão,
mas não justifica só Brasília querer
dar reajuste abaixo da inflação. Em Goiás, Piauí, Maranhão, Tocantins, houve
ganho real, por exemplo. Só Brasília que está nessa.”
Em março do ano passado, a categoria recebeu
aumento de 8,5%. Em média, o salário de um frentista no DF é de R$ 1.222 –
contando com um adicional de periculosidade de 30% por ser uma profissão de
risco.
Movimento histórico
É a primeira vez que a categoria entra em
greve, afirma o presidente do sindicato que representa o grupo. A última vez em
que houve paralisação foi em 2014, em Santa
Maria, Gama, Recanto
das Emas e Samambaia. Na
época, os trabalhadores dessas regiões protestavam por melhoria nas condições
de segurança dos postos.
Ainda de acordo com Carlinhos, houveram
registros de que donos de postos que chamaram a Polícia Militar para
"obrigar os frentistas a trabalhar". "Acionamos o nosso
departamento jurídico e conseguimos com muita luta levar adiante o nosso
movimento", afirmou.
"O salário mínimo aumentou, a inflação
cresceu. Só nosso salário que não muda. Acho justa essa paralisação",
afirmou um funcionário de um posto no Eixo W da Asa Norte que preferiu não se
identificar.
Após longos dois dias do movimento de greve,
enfim os donos de postos aceitaram negociar com o sindicato que aceitou a
proposta dos empresários. O reajuste negociado foi de 11,10%, bem superior aos
6% oferecidos anteriormente. O Ticket alimentação aumentou para R$ 14,50 (antes
era R$ 13). Por fim, a categoria garantiu o pagamento de R$ 2 mil, divididos em
duas parcelas. Para Mangão, essa foi uma grande conquista da categoria que
conseguiu fazer com que os empresários reconhecessem dos direitos desses e
atendendo o pedido do sindicato.
Fortalecido
Com o movimento histórico no Distrito Federal,
o presidente do sindicato Carlinhos do Mangão, saiu fortalecido após o
movimento. De acordo com muitos frentistas, a atitude do sindicalista de se
opor aos desejos dos empresários, fez com que a categoria reconhecesse ainda
mais o seu trabalho. “Se não fosse o nosso presidente, não teríamos conseguido
fazer com que as nossas reivindicações fossem atendidas”, disse José Antônio
Rodrigues.
Já Manoel Silveira, relatou que o trabalho de
Carlinhos a frente do sindicato está mostrando a força da instituição junto aos
patrões. “Além de sindicalista ele pensa igual a nós, ou seja, convive com as
nossas dificuldades e sabe como buscar solucionar os problemas. É uma pessoa
experiente que sabe muito bem como representar a categoria”, relatou.
Carlinhos do Mangão é conhecido no meio
sindical por suas lutas em defesa da categoria, sempre buscando soluções
através de muito diálogo. Atualmente é presidente do sindicado dos frentista e
secretário da Força Sindical.
Fonte - Agência Satélite
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