Laércio de Moura foi preso nesta segunda-feira (16), em ação policial. Designer de tatuagem é suspeito também de dar bebida a menor de idade.
Samuel Nunes e Thais Kaniak
Do G1 PR
Ex-BBB Laercio foi apresentado nesta segunda-feira (Foto: Adriana Justi e TV Globo)
O ex-participante do programa Big Brother Brasil (BBB) Laércio de Moura negou ter estuprado uma menina de 13 anos, em 2012. Moura foi preso preventivamente na manhã desta segunda-feira (16), em Curitiba, e prestou depoimento no período da tarde, segundo a delegada Daniela de Andrade, do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria).
A delegada disse que o ex-BBB apenas negou os fatos, mas sem entrar em detalhes. "Prestou depoimento na frente do advogado, negou os fatos e preferiu não se manifestar", disse Andrade. Conforme a delegada, Laércio de Moura deverá falar sobre a denúncia a que responde apenas em juízo.
Além da suspeita de estupro, que teria acontecido em 2012, ele também responde pela suspeita de ter fornecido bebida alcoólica a menores de idade.
O advogado Ronado Manoel Santiago, que representa Laércio confirmou que o cliente nega as acusações. “Acusação é infundada porque ele é acusado de praticar estupro de menor vulnerável e ele mal conhece essa menina. Só tiveram amizade virtual, nada ultrapassou do campo virtual. Não teve conjunção carnal”, afirmou.
O advogado ainda disse que a menina mentiu a idade, dizendo que era maior de idade. Ainda segundo o advogado, os dois só se encontraram uma vez, quando se conheceram e, depois disso, se adicionaram da rede social mantendo uma relação de amizade.
Logo após prestar depoimento, Laércio foi transferido da sede do Nucria para o Centro de Triagem da Polícia Civil. Ele deverá ficar detido no local, aguardando uma vaga na Casa de Custódia de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
O crime
Mais cedo, em uma entrevista coletiva, a delegada Daniela Andrade explicou que as investigações apontaram que Laércio manteve uma espécie de "relacionamento" com uma adolescente. A garota, de acordo com a delegada, hoje tem 17 anos e confirmou a suspeita.
"A lei presume a violência quando um maior de idade se relaciona com uma criança ou adolescente menor de 14 anos”, explicou a delegada, que atua no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria).
A jovem foi localizada pelas investigações e esteve na delegacia. "Essa vítima veio até a delegacia e confirmou o relato e as denúncias. Ela confirmou que se relacionou com ele quando ainda tinha 13 anos de idade, que ele forneceu bebida alcoólica para ela, que caracteriza outro crime", disse Daniela Andrade.
De acordo com Andrade, o "relacionamento" teria durado três anos, e a investigação contou com diligências no interior do estado.
Investigação
A adolescente e o ex-BBB, que tem 53 anos, se conheceram em um evento público em Curitiba e, conforme a investigação, ele começou a mandar mensagens para a garota. A família dela não tinha conhecimento do que ocorria até o momento em que a polícia procurou a vítima.
Segundo a delegada, a partir do momento em que Laércio apareceu no reality show, surgiram diversas denúncias contra ele. A investigação foi solicitada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR).
Durante o programa, o ex-BBB afirmou que gostava de se relacionar com meninas mais novas. "Só aparecem novinhas mesmo, tipo 17, 18, 20", disse Moura em 21 de janeiro durante conversa com a ex-BBB Ana Paula. A fala, de acordo com a polícia, deu início à investigação.
"Tudo nasceu na própria conduta dele dentro do programa. Ainda que as pessoas não acompanhassem muito, isso foi muito explorado midiaticamente e todos sabiam que existia uma declaração pública dele dizendo que gostava de meninas. Isso despertou uma suspeita em todo mundo" disse a promotora Tarsila dos Santos Teixeira.
Prints de conversas do ex-BBB com a vítima em redes sociais são usados na investigação (Foto: Reprodução)
Prisão
A prisão de Laércio é preventiva, portanto, não há prazo para que o tatuador seja liberado. A polícia também cumpriu mandado de busca e apreensão na casa dele, em Curitiba. Quando foi dada voz de prisão, ele agiu como se não soubesse o que ocorria, segundo relato da promotora.
Conforme a delegada, foram apreendidos objetos eletrônicos, como computador, pen drive, HD externo e celulares, que passarão por perícia para que se apure eventual crime de pedofilia.
"Junto à denúncia já vinham vários prints de postagem de redes sociais que ele fazia e que, pela natureza das fotos, em um primeiro momento, sugerem uma exploração da sexualidade infantil e adolescente, que também é crime", declarou a promotora.
A Polícia Civil dará seguimento à investigação na tentativa de identificar outras possíveis vítimas ou ocorrências de outros crimes. A delegada ressalta a importância dos pais acompanharem os relacionamentos dos filhos em redes sociais, em especial, dos adolescentes.
"O Nucria está à disposição para eventuais denúncias deste caso ou de qualquer outro”, disse a delegada Daniela Andrade.
Serviço:
Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes:
Endereço: Av. Vicente Machado, 2560 - Centro, Curitiba - PR
Telefone: (41) 3270-3370
Fonte - G1/Paraná
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