Na última quarta-feira (24), a vice-presidente
da Câmara Legislativa, deputada distrital Liliane Roriz esteve em Santa Maria
presidindo uma sessão solene em comemoração aos 26 anos da cidade. Vária
lideranças comunitárias e pessoas anônimas da comunidade compareceram ao Salão
Comunitário Nova Cidadania, situado na QR 207, com a finalidade de prestigiar o
evento. A parlamentar chegou por volta das 18h e fez questão de receber e
cumprimentar um a um logo no rol de entrada do salão.
Ao dar início à solenidade, após a composição
da mesa, a parlamentar lembrou da trajetória política do pai, o ex-governador
Joaquim Roriz e suas ações em prol da cidade. “Acompanho desde criança meu pai
falar de Santa Maria. Ele sempre disse que de todas as cidades satélites, Santa
Maria é a sua preferida, pois sempre teve um carinho especial por ela”, disse.
Ela ainda lembrou do empenho do pai em prol das
famílias que viviam em invasões. “Brasília tinha 64 favelas, onde viviam –
melhor, sobreviviam – mais de 400 mil pessoas. Já pensou? Brasília estava
virando um imenso descampado, coberto de barracas. Papai conseguiu retirar
todas as invasões, sem violência, sem trator, sem polícia com cachorro. Deu a
elas um lote, uma bica de água e um fio de luz e com isso essas famílias
ganharam dignidade”, lembrou.
Estiveram presentes ao evento várias lideranças
comunitárias e políticas de Santa Maria e região, além de representantes das
Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, do Conselho de Saúde e do
hospital da cidade, além do administrador, Nery do Brasil.
Apesar do forte calor, os convidados
acompanharam o evento até o final e fizeram questão de ouvir com atenção as
palavras da parlamentar.
Liliane concedeu a palavra para que algumas
lideranças pudessem fazer uso e ouviu de muitas delas reclamações,
principalmente com relação ao sistema de saúde. “Infelizmente tudo o que
conseguimos aqui em Santa Maria foi através de muita luta e reivindicação.
Porém, com relação ao funcionamento mínimo do hospital, nem assim estamos
conseguindo, pois falta de tudo. Maternidade, pronto socorro, pediatria...nada
funciona. Até mesmo medicamento está em falta. Médicos! Nem pensar. Assim, gostaríamos,
deputada, que a senhora na qualidade de ‘madrinha’ da cidade, nos ajude a
enfrentar esse que é o principal entrava para a nossa cidade”, desabafou o
prefeito comunitário Alan de Brito.
Por sua vez, o empresário Antônio Benjamim de
Morais (Samuka) ao fazer uso da palavra, falou do grave problema fundiário que
a cidade enfrenta. “Santa Maria está sitiada, cercada por arame farpado e sendo
vendia à revelia por muitos que se dizem quilombolas. Todavia, ao fazer um
levantamento minucioso, identificamos que não existe qualquer citação de que as
terras da cidade têm qualquer vínculo com essa gente, ou seja, existe uma
quadrilha que está surrupiando nossas terras e as vendendo como se fossem
deles. Se não for feito algo de emergencial, aqui se tornará um caos”, disse.
Fizeram uso da palavra outras lideranças
comunitárias que também reforçaram a lista de reivindicações, entre as quais,
José de Assis Fonseca (Fonseca de Santa Maria) que voltou a cobrar o registro
das treze quadras da cidade, além do jovem Nathan que foi bastante elogiado
pela mesa por ser uma das novas esperanças em matéria de lutas em prol da
cidade.
Outro que foi bastante elogiado foi o
aposentado Zé das Placas, que ao ter seu nome lembrado, houveram várias
cobranças para que esse fosse nomeado na administração local.
Ao final do evento, várias lideranças receberam
certificado de mérito por serviços prestados na cidade e diferentemente de anos
anteriores, o número de homenageados diminuiu sistematicamente. “Desta vez a
Câmara homenageou a cidade de Santa Maria e fez reconhecimento ás verdadeiras
lideranças da cidade e isso é muito importante para o crescimento da cidade,
pois só recebeu a honraria quem realmente tem trabalho prestado pela cidade”,
explicou o presidente da Analc, Ilso Firmino Neto.
Liliane ainda prometeu enviar R$ 2 milhões em
emedas para que sejam empregados na construção de Pontos de Entrega Voluntária
de lixo (PEVs) na cidade. “Quero que Santa Maria seja pioneira na luta contra o
mosquito Aedes aegypti e contra a dengue, zika e chikungunya. Eu destinei, no
ano passado, quase R$ 2 milhões para o SLU construir PEVs nas cidades, mas eles
não fizeram e perdemos esse dinheiro. Este ano, quero garantir os PEVs para
Santa Maria”, disse Liliane, com aval do administrador da cidade, Nery do
Brasil, de que as obras serão realizadas. “Há muito tempo estou preocupada com
o lixo jogado de qualquer jeito na cidade se transformando em criadouros do
mosquito. Vamos juntos acabar com essas doenças”, completou a
parlamentar.
Santa Maria foi criada no início da década de
90, pelo então governador Roriz, por meio do Programa de Assentamento de
Famílias de Baixa Renda em lotes semi-urbanizados. O governo loteou uma área do
Núcleo Rural Santa Maria e transferiu os moradores das invasões do Gama e das demais
localidades do Distrito Federal para esta cidade que poucos acreditavam. Após
26 anos e apesar dos vários problemas de ordem administrativa, Santa Maria é
orgulho para a sua gente por ser a cidade de um povo hospitaleiro e cheio de
esperança de dias melhores.
Da Agência Satélite
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