A
beira do caos, moradores dos condomínios recém-criados no município de
Valparaiso cobram melhorias do governo local em todos os quesitos. Demora
poderá agravar ainda mais a situação.
Um portão eletrônico, uma concertina e nada
mais. Esses são os únicos artefatos que servem de segurança para os moradores
de um condomínio residencial na extensão do Valparaiso de Goiás, cidade do
entorno do Distrito Federal. Se não fosse somente pelo aspecto da falta de
segurança, os problemas das centenas de famílias dos novos condomínios do
município estavam resolvidos e esses tinham muito o que comemorar. Todavia,
segurança é somente um item na extensa lista de necessidades que essas famílias
são obrigadas e possuir diariamente e devido, quem sabe, a omissão da gestão
que administra a cidade. Assim, os problemas tendem-se aumentar ainda mais,
principalmente agora que se aproxima o período eleitoral aonde tudo o que
acontece são promessas para o próximo pleito.
A justificativa para tamanha omissão, segundo o
administrador de empresas Ronaldo Alves da Silva, se dá devido ao fato da
maioria dos moradores, superando facilmente a margem dos 80%, não serem
eleitores do município e terem o local somente como sendo dormitório, não
possuindo qualquer outro vínculo com a cidade (a maioria trabalha e vota no DF).
Então para que prover tanta benfeitoria se ninguém vai usufruir? “Errado! Aqui
moram serem humanos que transitam diariamente e dependem das ações municipais
para terem o mínimo de dignidade”, enfatizou Ronaldo.
Nas localidades onde estão concentrados os
condomínios, essas estão longe de serem consideradas moradias dignas. “Pela
parte de dentro cercada por muros, em tese, é tudo arrumadinho. Porém por fora....
Até parece uma favela, sem qualquer benfeitoria. Somos obrigados a conviver em
meio ao mato alto, crateras que nos impedem de transitar nas vias de acesso a
esses, falta de transporte público e de quebra, moramos sem qualquer
comunicação com o mundo exterior, pois em muitos condomínios não se tem acesso
as redes de telefonia e internet”, relatou a aposentada Maria de Fátima
Sobrinho de Araújo, moradora de um condomínio na etapa II de Valparaiso.
Os moradores alegam que os maiores e mais preocupantes
problemas são além das constantes quedas de energia, uma vez que a rede não
suporta tamanha carga, a falta de linhas de telefonia e internet, serviços de
entrega de correspon
Para Ronaldo Alves, as famílias têm o que
reclamar, pois acompanha de perto a penúria dos moradores e constantemente
cobra diuturnamente do governo local soluções para os condomínios. “Nós que
administramos vários condomínios aqui na localidade, sabemos das reais
necessidades dessas famílias e por razões contratuais, estamos diuturnamente
cobrando melhorias para que esses moradores tenham um pouco mais de dignidade.
Em algumas reuniões que realizamos nos condomínios, ouvimos inclusive a
sugestão para que ingressemos com ações judiciais coletivas responsabilizando
quem de direito para que essas famílias sejam atendidas pelo governo local”,
relatou.
Além dos moradores não serem eleitores do
município, Ronaldo Alves acredita que outros fatores também podem servir de
justificativa para que a prefeitura seja omissa junto aos moradores. “O
crescimento desenfreado da região sem qualquer planejamento de futuro, pode ter
ocasionado a sobrecarga e escassez dos serviços públicos oferecidos. Valparaiso
não foi projetado para essa aglomeração de famílias que hoje possui. Com toda
certeza, nos próximos meses, esse número irá aumentar ainda mais. A população
praticamente dobrou e a oferta dos serviços públicos continuou praticamente da
mesma forma. Assim, com toda certeza há sobrecarga e consequentemente a
escassez dos serviços públicos em algumas áreas, entre os quais estão a oferta
de energia elétrica e água potável”, explanou. Ronaldo acrescenta que, se os
moradores se unirem e cobrarem de forma veemente, os resultados logo
aparecerão. “Estaremos apoiando todo e qualquer ato ordeiro de reivindicação
dos moradores desses condomínios com a finalidade de cobrarem as benfeitorias
necessárias para o bem-estar coletivo”, afirmou.
Nos condomínios localizados na segunda etapa,
“abaixo da linha do trem” por exemplo, a situação é caótica. Para se ter acesso
a eles os moradores têm que passar por verdadeiros obstáculos. “São crateras
enormes, cada uma maior que a outra”, relatou o zelador Antônio da Silveira de
Moura.
Além dos buracos, o mato alto e o lixo, bem
como resto de construções descartados de forma desenfreada e irregular, são os
principais agentes para a proliferação e aparecimento de animais peçonhentos e
insetos no interior das residências, além de contribuir com a insegurança, pois
os locais servem de refúgio para marginais e usuários de drogas.
Doenças:
Outro fator preocupante, segundo
Ronaldo, é com relação ao mosquito transmissor da dengue. “Muitos condomínios
apresentaram focos e mesmo após a solicitação por parte das administradoras,
nenhuma equipe da vigilância ambiental apareceu para fazer algum tipo de
inspeção nas localidades, cabendo ao próprio morador promover a sua segurança”,
relatou. “Dentro do condomínio ainda temos condições de evitar. Porém, o que
dizer do outro lado do muro, onde tem muito lixo, resto de construção e
carcaças de animais espalhados? ”, perguntou Severina Gomes de Oliveira.
Segundo Ronaldo, a questão da saúde
pública é fator preocupante e que precisa de maior eficácia do poder público
local. “É muito difícil, mas dá para entender a sobre carga e escassez dos
serviços públicos. Agora, com relação à saúde pública, não a o que contestar,
pois essa tem que ser tratada como sendo prioridade e as campanhas preventivas
não podem ser deixadas para depois. A Prefeitura tem que se responsabilizar e
efetivas tais campanhas, caso contrário os índices de doenças, principalmente
os da dengue tende-se a aumentar significativamente no município”, finalizou.
Fonte - Agencia Satélite
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