Às vezes dá até preguiça de
ficar explicando todo dia o óbvio. Mas, é recorrente o mesmo fato. Toda vez que
noticiamos a ocupação de terras urbanas públicas por especuladores que, com o
apoio de meia dúzia de gestores públicos, rasgam o projeto urbanístico da
cidade com a finalidade única e exclusiva à especulação imobiliária, o senso
comum fala mais alto. Usualmente vamos ouvir de muitos dos nossos leitores:
“Não sou contra a ocupação de lotes para quem realmente precisa, mas tem muito
oportunista no meio dessa gente que só quer tirar proveito e especular os
terrenos, se valendo de documentos fabricados em cartórios já manipulados a
tais práticas!” Outras vezes ouvimos: “Não podemos admitir o uso da violência na
remoção dessas ocupações irregulares”. Todavia, muitos desses criminosos ocupam
de forma irregular esses lotes e após “serem removidos”, voltam com a cara mais
lavada e fazem ainda pior. Por que eles não fazem como a maioria dos
empresários da cidade, que lutaram dentro da legalidade para conseguirem seus
lotes junto a SDE? O que Santa Maria e demais cidades do Distrito está
precisando é de “segurança jurídica!”, capaz de frear esses criminosos que além
de invadir, chacoteiam do poder público e dos empresários devido se darem bem
nas suas traspassas.
Nos últimos dias, a situação
tem se agravado, principalmente em Santa Maria, aonde os “criminosos”, além de
invadirem, ainda estão edificando em plena luz do dia, ou seja, não estão se
importando com a ação da fiscalização, pois sabem que essa não aparecerá afim
de impedir o ato criminoso.
“O que falta em Santa Maria
é uma ação mais enérgica da Administração Regional, Terracap, Agefis e do
Comitê de Combate ao uso Irregular do Solo”, disse uma importante liderança
local.
A comercialização de lotes
comerciais invadidos em Santa Maria acontece a olhos nus. Algumas pessoas
achando que estão fazendo grandes negócios, ao serem iludidas pelos
“grileiros”, entre os quais está “um
bacharel em direito e ex-candidato a deputado distrital”, chegam a pagar
até 100mil por um lote que custa 1milhão de reais. O tal “advogado” (como se
apresenta) visita diariamente empresários, principalmente da CL 419 (quadra
ainda não regularizada), informado aos mais desinformados que tais lotes
pertencem a “quilombolas” e por essa razão serão retomados na justiça. Porém,
ele pode negociar junto “aos verdadeiros donos” a venda desses para o atual ocupante.
Apavorados, por temerem a perda do patrimônio, os empresários decidem por pagar
o lote ao suposto advogado que em seguida desaparece. “Ele esteve na minha
empresa dizendo que representava o verdadeiro dono e que se eu não negociasse
poderia perder o lote na justiça. Eu quase cai na falácia dele se não fosse a
intervenção de um amigo que o ameaçou de chamar a polícia”, contou um
empresário persuadido pelo suposto advogado.
As áreas invadidas em Santa
Maria pertencem à Terracap. Porém estão sendo ocupadas desordenadamente por
invasores há mais de oito meses. Nos últimos dias a prática delituosa se
intensificou e edificações de alvenaria começam a aparecer nos tais lotes.
Procurado para comentar
sobre o assunto, o administrador de Santa Maria Nery do Brasil, informou que
nos próximos dias acontecerá uma operação envolvendo Agefis, Terracap e
Ministério Público, com o apoio das Polícias Civil e Militar que irá remover
“todas” as ocupações irregulares da cidade e punir os responsáveis. Há quem não
acredite que tal operação acontecerá ou se acontecer, removerá todas a invasões
irregulares da cidade. “Todos nós sabemos que a maioria dessas ocupações tem o
aval de alguns servidores do governo que levaram dinheiro nisso. Só vendo para
crer”, disparou um grande empresário local que não quis se identificar temendo
represália. Todavia, a Administração Regional afirma que a operação acontecerá,
só não pode precisar o dia, o que é certo, segundo Nery é que e que todas as
ocupações irregulares serão removidas e os responsáveis punidos. “É ver para crer!”
finalizou o empresário.
Fonte - Agencia Satélite
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