Categoria reivindica parcela de 3,5% de reajuste suspensa por Rollemberg. Governo diz não ter recursos e adia para 2016 pagamento a servidores.
Professores votam manutenção da greve por suspensão de reajuste salarial no DF (Foto: Gabriel Luiz/G1)
Professores da rede pública do Distrito Federal aprovaram nesta quarta-feira (4) a manutenção da greve da categoria, iniciada no dia 15 de outubro, apesar de decisão judicial que considerou a paralisação ilegal. Segundo o Sindicato dos Professores (Sinpro), pelo menos mil pessoas participaram da votação, que aconteceu em frente ao Palácio do Buriti. Para a PM, havia 800 professores na assembleia.
Entre as propostas do Executivo estão não descontar os dias parados, desde que eles sejam repostos e que haja retorno imediato ao trabalho; encaminhar projeto de lei à Câmara Legislativa para garantir o pagamento de auxílios alimentação e transporte para temporários; e criar grupo de trabalho para debater um plano de saúde para a categoria.
O grupo reivindica principalmente o pagamento da sexta e última parcela de um reajuste salarial, com índice de 3,5%, acordado durante a gestão de Agnelo Queiroz e suspenso pelo governador Rodrigo Rollemberg por falta de recursos. O sindicato se reuniu com o governo nesta terça-feira (3) para tratar da pauta de reivindicações.
Para o diretor do Sinpro Marco Aurélio Guimarães, no entanto, o encontro não trouxe avanços substanciais. "O GDF reconheceu nossas reivindicações, mas nós demandamos simplesmente o cumprimento da lei. Esse é o ponto principal, mas o governo não sinaliza com nada", disse.
Os professores também pedem o pagamento integral do 13º salário de novatos e o respeito à distribuição de horários da jornada de trabalho. Com a paralisação, estão suspensas aulas nas escolas públicas e técnicas, nos centros de línguas e na Escola de Música.
Ao todo, o DF tem 33 mil professores na rede pública e 470 mil estudantes, distribuídos em três turnos. O salário inicial da categoria é R$ 4,8 mil.
Esta é a segunda assembleia organizada pela classe após o confronto com a PM no Eixão Sul no dia 28 de outubro, quando quatro professores foram presos. O confronto virou motivo de sindicância determinada pelo governador. Em entrevista, Rollemberg havia dito que apoiava a ação da PM, mas que eventuais excessos seriam apurados.
No dia 29, os professores marcharam pela EPTG e pela marginal da via de Taguatinga é a residência oficial de Águas Claras para protestar contra a suspensão do reajuste e da ação da polícia.
Professores reunidos em frente ao Palácio do Buriti em assembleia que decidiu pela manutenção da greve da categoria (Foto: Gabriel Luiz/G1)
No mesmo dia, o GDF publicou decreto autorizando o corte de ponto dos servidores em greve consideradas ilegais pela Justiça. A medida determina que os secretários registrem os dias parados para que seja feito o desconto dos dias não trabalhados.
Reajuste
O governador Rodrigo Rollemberg anunciou no mês passado que o reajuste dos servidores públicos, que deveria ter ocorrido em setembro, será pago integralmente a partir de 1º de outubro do ano que vem. A medida não inclui os retroativos, que não têm data para serem quitados.
O pagamento depende da aprovação de um conjunto de projetos já encaminhados ou que ainda serão enviados à Câmara Legislativa. Ele afirmou que acredita que o Legislativo vai colaborar com o governo. “Esse é um tema de interesse da cidade, e os deputados sabem que estamos fazendo aquilo que é possível.”
No último dia 20, o Tribunal de Justiça considerou ilegal e abusiva a greve dos professores da rede pública e determinou a volta imediata às funções, sob pena de multa de R$ 400 mil por dia ao sindicato em caso de descumprimento. Segundo a sentença, o motivo alegado pelos professores não justifica a paralisação. Apesar da decisão da Justiça, os professores decidiram seguir de braços cruzados.
Fonte G1/DF
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