Uma
área com mais de cinco mil metros quadrados no Residencial DVO em
Planaltina/DF, está sofrendo dano ambiental, colocando em risco a flora e a
fauna das imediações.
Um
lote da vila DVO, as margens da BR 020, que recebeu autorização do Ibram para a
criação de “galinhas poedeiras”, está sendo alvo de agressão ambiental, uma vez
que estão sendo retirados areia e cascalho do seu solo.
A
denúncia partiu de um advogado e importante liderança comunitária de Planaltina
que achou estranho o fato de que naquele lote, localizado em uma área de
preservação permanente, estão sendo retiradas sucessivas carradas de areia e
cascalho para venda. Outro fato que chamou a atenção do advogado e que há
aproximadamente dois meses, um trator do tipo escavadeira está abrindo valas
exatamente ao lado da BR, fazendo com que haja o risco de desabamento da via. O
lote em questão está situado nas margens da BR 020, Km 17, antigo DVO, Chácara
02, Planaltina/DF.
Ao
fazer um levantamento mais minucioso, veio a surpresa. Um documento emitido
pelo Ibram e estampado na entrada do lote mostrou que cessionário do imóvel não
tem autorização para a extração de areia e cascalho do local, bem como sua
comercialização.
O
documento, um ofício de número 10.836/2012, datado de 16 de maio de 2012,
autoriza o cessionário, senhor Eudes Fernandes Ribeiro, somente a construção de
um galpão para a guarde de maquinário e criação de apenas 500 galinhas
poedeiras. No documento ainda tem explicito a resolução do CONAMA nº 237/97 que
“Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política
Nacional do Meio Ambiente”, citando que para a finalidade solicitada, não há a
necessidade de licenciamento ambiental. “Todavia,
a atividade desenvolvida no local é completamente outra”, explica o
advogado.
No
documento ainda estão explícitos decretos e leis que o advertem sobre eventuais
degradações ambientais que são proibidas na área, contradizendo a real situação
do local. “Isso é um absurdo. Como uma
pessoa em sã consciência faz aquilo ali. Ele além de estar descumprindo o que
estabelece cessão de direito, ainda está vendendo a terra que ele está
extraindo de lá. Isso é um caso de polícia”, disse o advogado.
Em
momento de descontração, o advogado brinca dizendo que o cessionário possa está
criando uma nova raça de aves. “Possa ser
que descobriram novas raças de galinhas e ele resolveu cria-las. Tais raças
podem ser chamadas de areia, cascalho, terra preta e outros”, brincou
O
desvio das atividades autorizadas é tão evidente que existe no local,
identificação de que o responsável não desenvolve a atividade autorizada e sim vende
a terra e cascalho provavelmente extraídos do local. Uma das placas faz jus à
atividade comercial desenvolvida no local. “Promoção
de Cascalho”.
Procurado
para dar sua versão sobre a denúncia, o responsável pela área não foi
encontrado. Todavia, em contatos com vizinhos próximos, os responsáveis pelo
local, estão sempre presentes e quando são indagados, se esquivam e fogem. “Eles estão todos os dias aí e quando algum
carro diferente encosta, se escondem”, contou uma vizinha que preferiu não
se identificar com medo de represálias.
Outro
vizinho também falou com a equipe de reportagem com a condição de não ser
identificado e disse que se sente “roubado”
pela atitude do responsável pelo lote. “Inicialmente
ele traria uma granja e fomentaria emprego, principalmente para nos moradores.
Essa era a proposta. Daí precisou de autorização e agente ajudou. De um tempo
para cá, começaram essa pouca vergonha e o que mais causa indignação é que ainda
tem o aval de alguns moradores aqui da redondeza”, falou.
No
Ibram, disseram desconhecer o fato e que será realizada nos próximos dias fiscalização
e posteriormente comparação com a autorização emitida. Caso esteja em desacordo
as duas, os responsáveis serão notificados a repararem o dano causado e poderão
responder na justiça por crime ambiental.
Fonte - Agencia Satelite
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