Nos últimos sete meses a grilagem de
terras públicas tomou conta de Santa Maria e de algumas cidades do Distrito
Federal. Os grileiros, muitas vezes, que se dizem representantes de políticos
não se preocupam com possíveis punições que possam sofrer devido suas práticas
criminosas.
Durante os 26 anos de existência, as
verdadeiras lideranças comunitárias de Santa Maria lutaram pelo ordenamento
territorial de Santa Maria, por meio de audiências públicas e demais ações que
visaram colocar cada órgão em seu lugar. “Daí
nos últimos meses apareceram vários oportunistas se aproveitando da fragilidade
e omissão, principalmente da Administração Regional e cometeram as mais
barbáries possíveis com as terras públicas da cidade. Eles rasgaram o Luos e o
Pedot, ambos em discussão na Câmara Legislativa e fincaram a marca da grilagem
e especulação imobiliária na cidade. Tudo isso, graças a tabeliões que só visam
dinheiro ao invés de cumprir as leis, quando fabricam documentos fraudulentos
para beneficiar esses larápios que roubam a luz do dia as terras públicas da
nossa cidade”, explicou o prefeito comunitário Alan de Brito.
Atualmente, um grupo de “advogados” que se dizem representantes
de Quilombolas e que reivindicam a anos uma gleba de terras do intitulado
Quinão 23, que dizem fazer parte de parte do Entorno Sul e um pedaço das terras
de Santa Maria (Residencial Porto Rico), estão tentando enganar empresários,
principalmente das quadras 319 e 419, se valendo de uma “Certidão de Ônus”, documento que reconhece algumas pessoas como
herdeiros de terras no Entorno do DF, bem como “Cessões de Direito”, fazendo propostas de venda dos lotes ocupados
por esses empresários por meio de indicações do GDF e que ainda não possuem
escrituras de seus imóveis, dizendo que esses lotes pertencem aos tais
herdeiros.
Conta um empresário que dias atrás recebeu
a visita de um advogado (bastante conhecido
por fazer em grilagem de terras no DF), informando que aquele lote tinha
dono e que se ele (empresário) lhe constituísse, conseguiria lhe repassa-lo,
por um valor bem inferior ao de mercado (cerca
de 80% mais barato). O empresário desconfiou das atitudes do advogado e
evitou prolongar a conversa, orientando-lhe a procurar o GDF, órgão que te deu
o direito de ocupação. “Depois disso
nunca mais vi o tal advogado”, frisou.
Comerciantes e empresários locais
também estranham a postura adotada pelo poder público local em se “omitir” diante do caos que está se
instalando na cidade. “É inadmissível que
a nossa cidade esteja sendo cercada de arame farpado, tomada de assalto por
grileiros e os representantes políticos da cidade no Senado Federal e pretensos
candidatos em 2019, nada fazem para coibir tais práticas. A omissão é notória e
todos estão de braços cruzados assistindo a banda passar. Temos que levar o
caso a quem de direito e saber quem está ganhando com isso, pois com toda
certeza não é a cidade e sim essa meia dúzia de pessoas que só lembram de Santa
Maria no período eleitoral”, disse o empresário em tom de indignação.
Por sua vez o prefeito comunitário de
Santa Maria, Alan de Brito se diz surpreso com tamanha omissão, uma vez que nos
anos de 1999 a 2002, um dos padrinhos políticos da cidade foi um dos que mais
combateu a grilagem de terras do DF e hoje, justamente na cidade que tem o seu
partido no comando, esse se vê omisso. “É
muito estranho saber disso, apostamos na mudança e ela não veio, apenas piorou
o que já estava ruim”, disse.
“Com a crescente invasão de terras no DF e principalmente em Santa
Maria, nos faz voltar ao passado e lembrar de algumas palavras proferidas por
um governador que, preocupado com a situação de grilagem de terras que passava
o DF, disse: ‘Brasília não pode virar um Rio de Janeiro’. Pensando nisso, vamos
trazer essa realidade para nós e dizer: Santa Maria não poder virar uma
Rocinha”, completou Alan.
Durante os governos Roriz e Cristovam,
o então deputado Federal e hoje governador Rodrigo Rollemberg foi um dos
maiores opositores da turma da grilagem de terras. “Aqui se estabeleceu o crime organizado com a conivência do poder
público promovendo a maior corrupção da história do Distrito Federal. Se
contarmos que foram grilados cerca de 100 mil terrenos, é um negócio
bilionário, de R$ 1,8 bilhão", disse Rollemberg na época.
Agora, após longos seis meses de
gestão, o governador Rollemberg tem nas mãos um abacaxi para descascar, pois em
várias cidades do DF, a ocupação desordenada está acontecendo as claras e seus
comandados estão longe de serem eficazes para colocar um fim em tais práticas. “Em Santa Maria, por enquanto estão apenas
cercando lotes comerciais, usando do pretexto de serem Quilombolas, o que é
fácil de levar ao chão, a partir da hora em que se fizerem obras de alvenaria,
somente a justiça poderá determinar sua remoção. Ai a cobra vai fumar”,
finalizou o Alan.
Fonte - Agencia Satélite
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