Detentos estavam rebelados desde o início da manhã de sábado, segundo a Polícia Militar. Unidade prisional abrigava quase o triplo da capacidade
Presos são revistados em uma área no interior do presídio depois do fim da rebelião. Unidade abrigava cerca de 800 presos, mas tem capacidade para 290, segundo o governo
Cerca de 100 presos do presídio de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, se renderam e começaram a ser transferidos na manhã deste domingo (7/6) para outras unidades prisionais da região. A rebelião terminou por volta das 5h deste domingo, depois de quase 24 horas de duração, e a situação está sob controle. A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) confirmou duas mortes no local e disse também que os corpos foram levados para fora da carceragem.
O secretário de Estado de Defesa Social, Bernardo Santana, e o subsecretário de Administração Prisional, Antônio de Padova Marchi Júnior, estão em Valadares para avaliar a situação. Os detentos que serão remanejados estão saindo da unidade em grupos de 20 pessoas e vão passar por um processo de triagem. Dois ônibus já deixaram o local levando rebelados para outros presídios em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, e Ipatinga, no Vale do Aço.
Por volta das 10h, uma vistoria foi realizada no presído para analisar as condições estruturais do prédio. A Seds informou que, apesar do incêndio, algmas celas não foram atingidas pelas chamas, porém os cômodos tiveram danos nas portas. Os pilares e vigas da unidade não sofreram abalos.
Conforme a Seds, o motim começou na manhã desse sábado, quando os presos dos blocos B e D quebraram as grades das celas. Em seguida, eles tomaram outros pavilhões, mas a direção do presídio conseguiu retirar a tempo as armas armazenadas no local. Nenhum agente penitenciário ficou ferido.
A superlotação é um dos problemas do presídio de Valadares. Segundo a Seds, a unidade tem capacidade para 290 pessoas, mas abrigava quase o triplo - 800 presos.
A situação ficou ainda mais tensa no início da tarde de sábado, quando os presos atiraram do telhado da unidade cinco detentos que estavam em uma área de isolamento. As vítimas foram levadas para um hospital da região e não correm risco de morrer.
Os rebelados atearam fogo em colchões e outros objetos e, por isso, foi preciso que o Corpo de Bombeiros entrasse no presídio para apagar as chamas.
Militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar, comandaram as negociações com os detentos. O Comando de Operações Especiais (COPE) também participou da operação. O juiz de Execuções Penais de Governador Valadares, Tiago Counagno Cabral, esteve no presídio e auxiliou a PM no processo de rendição dos rebelados.
Com informações de Patrícia Brasil, da TV Alterosa de Governador Valadares
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