'Adote um Distrital' questiona prestação de contas da campanha de 2014. Parlamentar é investigada em operação da Polícia Civil por suposta fraude.
A ONG Adote um Distrital protocolou nesta segunda-feira (1º) na Câmara Legislativa do Distrito Federal pedido de abertura de um processo de cassação contra a deputada Telma Rufino (PPL), empossada em janeiro. A solicitação se baseia em uma investigação da Polícia Civil que aponta suposto envolvimento da distrital em fraudes bancárias para financiamento de campanha.
A representação também questiona o investimento de R$ 76.264,44 de recursos próprios na campanha eleitoral de 2014, descrito na prestação de contas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF). Segundo a ONG, o rendimento declarado de Telma Rufino no ano passado foi de R$17.567,76.
Em nota, Telma afirma que tem "total interesse" no esclarecimento da operação e que está à disposição das investigações na Câmara Distrital, "fornecendo à Casa todas as informações e documentos que estiverem a sua disposição". O texto afirma que a deputada não foi formalmente indiciada e que por isso é "prematura e descabida qualquer conclusão antecipada".
De acordo com o Regimento Interno da Câmara Legislativa, a representação deve ser encaminhada ao Corregedor da Casa, deputado Dr. Michel (PP). Se o pedido for acatado, o processo será analisado na Comissão de Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar, que tem Telma Rufino como integrante. Neste caso, o Regimento prevê que a suplente, Liliane Roriz (PRTB), assuma a função durante a análise.
Partido
No início de maio, A Executiva Nacional do Partido Pátria Livre (PPL) abriu processo de expulsão contra a deputada distrital Telma Rufino. Ela também foi suspensa “preventivamente e por um prazo de 60 dias” das funções partidárias e da vice-presidência do PPL local.
Investigado na mesma operação policial, o ex-diretor do DFTrans e presidente regional do partido, Marco Antonio Campanella, se licenciou do cargo para “cuidar plenamente de sua defesa”. O processo tramita na Comissão Nacional de Ética do partido.
Empréstimos fraudulentos
A Operação Trick foi deflagrada em 30 de abril, quando a Polícia Civil cumpriu 36 mandados de busca e apreensão e 32 mandados de condução coercitiva. Segundo a corporação, as fraudes podem chegar a R$ 100 milhões e o dinheiro seria usado no financiamento de campanhas políticas.
As investigações levaram 19 meses até chegar a 55 empresas fantasmas que pegavam empréstimos com o Banco do Brasil que variavam de R$ 800 mil a até R$ 1,4 milhão, segundo a Polícia Civil.
Depois que o dinheiro entrava na conta, os suspeitos simulavam compras e usavam notas fiscais frias para comprovar os gastos. Outras 19 empresas regulares são suspeitas de emitir as notas fiscais para o grupo criminoso.
No mesmo dia da operação, o advogado de Telma Rufino, Eduardo Albuquerque, afirmou que a deputada desconhecia o motivo da operação e negou qualquer envolvimento dela com o DFTrans. "Ela não sabe nem do que se trata, não tem a menor ideia do que seja isso."
Após prestar depoimento no Departamento de Polícia Especializada (DPE) da Polícia Civil,Campanella afirmou que tinha sido “surpreendido” pela investigação. "Respondi todas as perguntas, me coloquei à disposição para colaborar com as investigações. Meu sigilo fiscal, meu sigilo bancário e minha declaração da campanha eleitoral estão absolutamente à disposição para comprovar o meu desconhecimento do caso", disse.
Fonte - G1/DF
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