Aos 42 anos, Jeová Souza, cearense radicado
em Brasília desde os 16 anos, pode se considerar uma pessoa realizada. Não
conseguiu ser jurista, como pretendia quando saiu da terra natal, em 1989, mas
conquistou realizações e um patrimônio de fazer inveja.
Ele é o sexto maior fabricante de sandálias
de borracha do país. Sua fábrica, a Koc Pitt no Polo de Desenvolvimento
Juscelino Kubitschek, em Santa Maria emprega 140 funcionários, produz 6 mil
pares por dia, dos quais 10% destinados ao mercado externo, e fatura em média
R$ 20 milhões anuais.
Até atingir seu objetivo, o caminho
percorrido foi duro. Em 1994, quando decidiu empreender, começou as primeiras
experiências no fundo do quintal da casa em que morava. Deu tão certo que, em
2000, aproveitou as facilidades do programa do Governo do Distrito Federal
(GDF), o Pró-DF, e comprou um terreno 300m² para montar a fábrica. Mas no mesmo
ano, a matéria-prima e a produção de um mês, de 12 mil pares, foram perdidas em
um incêndio. Fiquei desolado, a produção caiu pela metade, mas me recuperei no
peito e na raça, conta.
Foi em 2006, que Souza começou a exportar:
para o Havaí e Califórnia, nos Estados Unidos, além de Alemanha, França e
Angola. Do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresas (Sebrae), o
empresário conseguiu auxílio para administrar; da Agência Brasileira de
Promoção de Exportação e Investimento (Apex), a abertura de janelas para novos
mercados e parceiros no exterior. O restante, fiz sozinho em 90% das situações.
Para conseguir crédito, era tanta burocracia, que desisti. Acabei usando
capital próprio, explica.
Como falta tradição industrial em Brasília,
Souza não contava com mão de obra especializada quando abriu a fábrica. Treinei
15 funcionários, por oito meses, em São Paulo. Investi R$ 1 milhão. Na
produção, ele usa três tipos diferentes de borracha, que passam por um
sofisticado processo de compactação. É o que há de mais moderno no mercado,
garante. Ele conta que já produziu para várias marcas. Entre as citadas Calvin
Klein, Zara e Ellus.
O empresário decidiu investir em
sustentabilidade. Atualmente, 80% da energia vêm da queima de lenha e de
resíduos da produção. Passaremos a usar a casca do coco. A economia será de 30%
no consumo de eucalipto.
"Para conseguir crédito, era tanta
burocracia, que desisti. Acabei usando capital próprio - Jeová Souza, dono da
Koc Pitt
Fonte: Correio Braziliense
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