Um dos principais motivos
para o aumento da criminalidade em Santa Maria é a participação de menores nos
crimes que muitas vezes saem impunes, bem como o tráfico de drogas que está
generalizado na cidade.
Após
a morte do comerciante Manoel Ribeiro, no último mês, o clima é de medo e
preocupação entre os moradores aumentou sistematicamente. A vítima foi
assassinada em dentro do seu comercio por um jovem que residia próximo a sua
casa e que, segundo informações, tempos atrás o comerciante prestou auxílio aos
seus familiares. Os moradores reclamam que os assaltos se tornaram frequentes.
A maioria, segundo eles, cometido por usuários de drogas que estão tomando
conta da cidade.
Comerciantes
e moradores afirmam que a polícia faz rondas diárias na cidade e que chegam a
prender suspeitos. Porém a maioria dos crimes cometidos são praticados por
menores de idade, que muitas vezes saem impunes das acusações e voltam a
cometer crimes. Um comerciante de 38 anos, que não quis se identificar, disse
que falta punição, faz com que a criminalidade cresça na cidade. Com medo, ele
contratou seguranças particulares para o estabelecimento dele. "Como eu
trabalho à noite, preciso contratar pessoas para vigiarem meu comércio a partir
das 23 horas. Nós não temos segurança em Santa Maria apesar do efetivo policial.
É um local que se tornou muito perigoso", contou.
Moradores relatam que durante o policiamento é reforçado e que sempre há
operações. Entretanto, quando termina as operações. Os marginais voltam a tomar
conta, ressalta
Francisco de Assis Nogueira, morador da quadra 118. "Nós
questionamos o motivo da falta segurança em Santa Maria, até porque o efetivo
policial é um dos maiores do DF em proporção ao número de habitantes. Assim
mesmo, a nossa cidade fica à mercê dos bandidos", explicou.
Morador
de Santa Maria há 24 anos o aposentado Delfino Motta, 75 anos, disse que a
cidade não é tranquila como antigamente. Segundo ele, as pessoas que chegam à cidade
já percebem a insegurança e o tráfico de drogas que toma conta do local. Na
maioria das vezes os criminosos são menores de idade que não se preocupam com a
presença da polícia. "Hoje dois rapazes, que vieram trabalhar aqui,
me perguntaram se eu sabia de uma casa para alugar em um quadra que não fosse
perigosa. Ou seja, eles consideram que Santa Maria, é uma cidade que não
oferece tranquilidade”, contou.
De
acordo com relatos dos moradores e de comerciantes, um dos principais
incentivadores da criminalidade na cidade são os “botecos” e distribuidoras de
bebidas que ficam abertas até altas horas da noite, ou até mesmo a noite toda.
“Essas distribuidoras são incentivo à criminalidade. Em frente a elas sempre
nos deparamos com jovens consumindo bebidas alcoólicas e fazendo uso de drogas,
na maioria das vezes, menores de idade. Sempre há brigas nos locais e nos
últimos dias duas pessoas perderam a vida em frente a duas dessas
distribuidoras”, relatou um comerciante que não quis se identificar. O
comerciante ainda comentou que já teve o seu comercio arrombado por duas vezes.
“Da última vez tive prejuízos superiores a R$ 5 mil. Além da bagunça que
fizeram, ainda deixaram latinhas de cerveja e “toco” de cigarro dentro da minha
loja”, completou.
Outros
comerciantes também reclamam da sujeira deixada pelos frequentadores desses
comércios. “Sempre que chego para trabalhar pela manhã, tenho que lavar a
frente da minha loja, pois até urinar e defecar na porta da minha loja eles
fazem. Dias atrás não tive como abrir o meu comércio devido haver uma pessoa
morta, praticamente na frente do meu comercio, ou seja, eles ficam abertos a
noite toda e durante o dia somos prejudicados pelos desmandos cometidos em
razão do funcionamento sem fiscalização desse tipo de comercio”, contou outro
comerciante vizinho de uma distribuidora.
O
policiamento é feito pelo 26º Batalhão de Policia Militar que constantemente
realiza operações para coibir o tráfico de drogas e assaltos a comércios e
transeuntes. De acordo com um sargento lotado no batalhão, dentre outros problemas
tais como a falta de viaturas, combustível e equipamentos, o efetivo é reduzido
devido à falta de policiais para substituir aqueles que estão de atestado,
afastados por algum motivo, os que estão em serviços administrativos, bem como
os que se aposentam. “Além da necessidade de valorização do policial que está
no efetivo, ainda há a necessidade da realização de concurso para completar o
quadro que há muito tempo está defasado”, enfocou.
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