Por Vital Furtado
O Atual governo proporciona dois casos de total desprestígio a dois líderes políticos em Santa Maria mesmo tendo sido eles apoiadores do atual governador durante a campanha; Paulo Paracatu (PRB) e José Nogueira (PSB), porém, neste relato vou me reportar somente ao José Nogueira e, na próxima matéria falarei sobre o Dr. Paulo Paracatu.
José Nogueira, morador, líder político e eleitor de Santa Maria, decidiu, ainda em 2009 experimentar, nas eleições de 2010, um dos maiores testes de fidelidade com o seu líder político, na época candidato a Senador e hoje atual governador do Distrito Federal.
Decidido, Nogueira seguiu em frente na sua decisão, mesmo sabendo que a traição por parte de noventa e nove (99) por cento dos políticos é uma prática corriqueira além de ter virado mania nacional, pois, tais líderes políticos sejam Distritais, Federais, Senadores, Governadores e até Presidente, fizeram e continuam fazendo da traição uma doença, uma compulsão e quem sabe; uma diversão. Se a traição não fosse uma prática para se dar bem, porque a maioria dos políticos a adotaria como expediente permanente?
José Nogueira, como já frisei acima, é líder político na cidade, filiado ao PSB e, no intento de ver um administrador regional ser eleito pelo povo, decidiu levar alguns apanhados da Lei orgânica ao deputado federal na época, Rodrigo Rollemberg que também pleiteava uma cadeira ao Senado. Ao receber o projeto do colega de partido, Rollemberg fez da idéia sua bandeira, inclusive, prometendo que, se eleito Senador, os administradores regionais deixariam de ser de livre nomeação do governador por indicação dos distritais e seriam eleitos pela comunidade. Nogueira poderia ter levado a outro parlamentar, porém, a maldita fidelidade política, que deveria ser selada como compromisso moral por ambas as partes, acreditou que sempre estaria nos primeiros planos do então Senador eleito com milhares de votos conseqüentes dessa idéia de José Nogueira, e vale ressaltar seu discurso na tribuna da CLDF em que ele não apenas o reverenciou como defendeu a lealdade e reconhecimento do Deputado Federal Rodrigo Rollemberg para com sua pessoa.
Eleito Senador, Rollemberg deixou o projeto e Nogueira no esquecimento, e o autor da idéia sequer conseguiu ser indicado para o cargo que mais sonhava na administração regional que era; ser o Diretor regional de Cultura.
Mesmo assim, sua fidelidade continuava a mesma para com Rollemberg, ao ponto de não se candidatar a nenhum cargo nas eleições passadas (2014) para ajudar o seu Senador a conquistar a cadeira de governador do Distrito Federal, e, em cuja campanha, a idéia e projeto de Nogueira foi promessa renovada pelo hoje governador eleito.
Rollemberg governador e José Nogueira (PSB) líder político, militante e, morador e eleitor decepcionado e esquecido justamente por aquele a quem foi e continua sendo fiel, na vã esperança de se tornar administrador de Santa Maria. E olhe que Nogueira não responde a processo de natureza nenhuma, não tem bronca com ninguém na cidade, melhor dizendo; contra a sua pessoa não existe dúvida e nem sombra de variação. È de caráter exemplar sem ter do que ser acusado ou se envergonhar, diferente de alguns que querem essa cadeira, mas, tem mais nó na vida do que o cordão de São Francisco.
Pois bem, voltemos à fidelidade ao candidato ou ao partido. A fidelidade, no meu entender levada ao extremo, é um tremendo absurdo, digo mais; um contra-senso, uma vez que ela deveria ser exercida por livre iniciativa da consciência de ambas as partes
Para os que defendem ao pé da letra a fidelidade ao político ou ao partido, faço a seguinte pergunta: Vale a pena ser fiel a alguém que tem por prática enganar seu eleitor ou companheiro?
No caso do José Nogueira serviu como experiência que em política tudo é mais que jogo de cintura, ou seja; interesse próprio através de acertos e acordos políticos. Eu, em particular, critiquei demasiadamente José Nogueira por essa síndrome de fidelidade, e até lhe citei passagem bíblica em que diz: “Maldito o homem que confia no homem”. Estaria eu errado? Claro que não! José Nogueira defendeu com unhas e dentes o governador do partido e o que ganhou em troca? Quem sabe ganhe uma cadeira de balanço para ver ser nomeado em um lugar que por essa tal fidelidade, por gratidão e reconhecimento deveria ser seu.
Agora eu me reporto a você José Nogueira: O que valeu ser fiel ao PSB e ao seu candidato se a FIDELIDADE é uma teoria e, como exigir lealdade a princípios que não existem na prática?
OBS: A foto foi uma brincadeira que fiz com Nogueira em 2009