Foto: Jaqueline Harumi/AAN
Movimentação em frente à Delegacia de Mulher onde garoto prestou depoimento
Movimentação em frente à Delegacia de Mulher onde garoto prestou depoimento
A Polícia Militar encaminhou para a Delegacia de Defesa da Mulher de Sumaré na tarde desta quarta-feira (14) o adolescente de 15 anos com quem o menino Kauã Henrique Vicente Bueno de Souza, de 6 anos, foi visto pela última vez antes de ser encontrado morto na segunda-feira (12) dentro da caixa d’água de um ginásio de esportes de uma escola municipal do Jardim Basilicata.
À Polícia Civil, o jovem confessou o estupro da vítima, mas negou ter provocado o afogamento da criança. O adolescente foi encaminhado à Vara da Infância e da Juventude, que decidiria a destinação dele.
Segundo a polícia, o jovem foi levado com o pai à delegacia especializada responsável pela investigação por volta das 12h30, depois que a tia da vítima foi à casa onde o acusado mora, a dois quarteirões do local do crime, fazer ameaças. Ela foi vista por policiais em patrulhamento e todos foram para a DDM.
Ao delegado Pedro Sérgio Garcia Cortegoso, que respondia ontem pela especializada, o jovem confessou o abuso sexual. “O adolescente informa que foi o autor do estupro na quadra da escola e que a criança foi à caixa d’água e ele foi atrás, mas ficou do lado de fora só observando, quando a criança começou a se debater. Ele diz que então entrou e tentou tirá-la de lá, mas ela o teria puxado, então se soltou e o menino acabou se afogando”, disse Cortegoso.
Antes de voltar para casa, o adolescente teria dado uma volta pelo bairro e chegou na residência por volta das 23h.
O garoto disse ainda, em depoimento, que não conhecia Kauã e que foi o menino quem o seguiu após sair de uma lan house, e se ofereceu. “Ele e o pai falaram que desde segunda-feira estão sendo pressionados pela vizinhança e familiares para falar a verdade, senão iam morrer. Quando eram ameaçados de novo, pediram à PM para serem trazidos à delegacia”, completou o delegado.
Revolta
Em frente à DDM, familiares manifestaram sua revolta com a situação por diversas vezes antes de o adolescente e o pai serem levados pela PM ao Instituto Médico Legal de Americana. A situação gerou inclusive empurrões entre parentes e policiais e dano na porta da divisória da recepção da delegacia.
O promotor Dênis Henrique Silva não se manifestou sobre o caso, que a partir do encaminhamento do adolescente corre em segredo de Justiça.
A vendedora Daiana Cristina Souza, de 32 anos, tia de Kauã que procurou o adolescente em casa, contou à reportagem que ela insistia que ele confessasse, pois o jovem já havia feito várias acusações infundadas e ela tinha certeza que era ele o autor do crime. “Ele acusou o zelador da escola, que autorizou perícia e nenhum indício de participação no crime foi encontrado. Alegou então que era o cara da lan house, que não tinha nada a ver, depois falou que eram dois caras tatuados e até acusou um nóia (viciado)”, relatou à reportagem.
Fonte: RAC.com.br