Millena Lopes
millena.lopes@jornaldebrasilia.com.br
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A expectativa frustrada dos deputados distritais, que aguardavam para ontem a nomeação dos administrações regionais, foi pauta, ontem, de várias reuniões. Na Câmara Legislativa. No Buriti. E, mais uma vez, os representantes do governo pediram calma.
“Estamos assumindo, por delegação, a responsabilidade de relembrar que existem acordos que foram firmados”, disse o líder do governo, deputado Raimundo Ribeiro (PSDB), antes de se reunir com o governador para tratar do pleito dos parlamentares.
Ontem, vários deputados foram ao gabinete da presidência da Câmara reclamar com Celina Leão (PDT) mais participação no governo. Foi lá que Ribeiro, na condição de líder do governo na Casa, recebera a delegação de levar o pleito ao governador. “Vamos verificar de que forma a gente consegue fazer esses encaminhamentos”, disse.
A demora na indicação é relativa, nas palavras de Ribeiro, já que o novo governo tem pouco mais de dez dias. Ele diz esperar contar com a “boa vontade” do Parlamento.
“As coisas não se resolvem em uma semana. Principalmente na situação em que o governador assumiu o Distrito Federal. O governo anterior foi criminoso, deixou uma situação catastrófica no DF”, opinou o distrital tucano.
Os deputados distritais, disse ele, têm total legitimidade para ajudar na escolha dos administradores, já que são representantes do povo, escolhidos pelo voto. “O governador deve ter toda liberdade de escolher quem vai ajudar a governar, mas a oitiva dos parlamentares é fundamental, porque eles representam a população”, reconheceu Ribeiro.
Mais uma semana
O secretário de Relações Institucionais e Sociais, Marcos Dantas, disse que o governo precisaria de mais um tempo para fazer o anúncio. “Enquanto isso, os interinos estão preparando um diagnóstico dos principais problemas”, argumentou Dantas, que também é presidente do PSB-DF.
O secretário disse que as conversas para se chegar a um acordo devem demorar mais uma semana. Na sexta-feira, ele havia dito que a intenção do governo era fazer o anúncio ontem. A promessa, no entanto, não se cumpriu. Dantas disse que é preciso esperar um pouco mais, já que o Distrito Federal vive uma crise.
Indicação é legítima, diz Celina
“Acho super-legítimo os deputados participarem do processo (de escolha dos administradores), até porque eles foram eleitos pela população”, disse Celina Leão, após se reunir com integrantes da Mesa Diretora e com deputados indignados com a enrolação nas nomeações.
Apesar de concordar com o pleito dos colegas, Celina disse que o papel de intermediar as conversas com o Buriti é do líder do governo, Raimundo Ribeiro, e do secretário Marcos Dantas. “Estou aqui para ouvir os deputados, receber as demandas”, argumentou ela, que viajou ontem para cinco dias de descanso, longe de toda a confusão.
Compartilhar metas com pessoas competentes é o que deve fazer o governo, em vez do “ultrapassado toma lá, dá cá”, nas palavras da deputada, “sem quebrar o discurso de fazer uma gestão diferente”.
Os arranjos e rearranjos são realmente demorados. “Se fosse fácil, já teria acontecido”, argumentou. “A pessoa precisa ser da cidade, ter apelo popular e ter uma indicação política”, reconheceu.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília