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SANTA MARIA - Santa Maria 25 anos – Comemorar o que?


Santa Maria, comemorou no último dia 13/03, 25 anos e para celebrar a data, a Administração Regional organizou uma tarde de lazer, com brinquedos infláveis, jogos e brincadeiras, palhaços e exposição da Polícia Militar. As pessoas que compareceram ao evento ainda foram presenteados com um bolo de 25 metros que foi cortado e distribuído acompanhado de refrigerante. Diferente dos últimos anos, não foi desta vez que a cidade pode comemorar seu aniversário com a tradicional festa de aniversário, a Fassanta. De acordo com o Administrador Regional, nessa fase inicial do governo, o objetivo principal é colocar as finanças em dia para que as obras necessárias possam chegar até a comunidade. "A que comunidade quer nesse momento é a melhoria na sua qualidade de vida. Assim, nós do governo, estamos colocando as contas em dia para que possamos trazer os recursos que a cidade tanto precisa. Nisso, mais uma vez, vamos comemorar o aniversário da cidade de uma forma modesta, porém, dentro da realidade", disse.

O administrador nem mesmo esquentou a cadeira e devido problemas administrativos, já colhe a insatisfação de alguns líderes comunitários, bem como de uma parcela da população que devido o descaso que se encontra a cidade, depositam toda a responsabilidade na sua gestão. “É claro que não se pode generalizar tais situações. Todavia, muita coisa continua a acontecer aos olhos da atual gestão administrativa da cidade e o discurso sempre é o mesmo. Estamos colocando as contas em dia para começar a trabalhar, pois herdamos uma herança maldita do governo passado. Ora, já estamos na metade do ano praticamente, e nada de trabalho!  Assim, vai acabar o governo e nada de colocar a casa em dia. O problema maior é que esse discurso estamos ouvindo desde o governo passado e todos nós presenciamos o resultado. Outro fato, e diga-se de passagem o mais grave, é o da cidade estar voltando a virar um canteiro de invasões de áreas públicas e ninguém toma providências. Todos se fazem de cegos diante a gravidade do problema e só quem sofre com tudo isso é a comunidade que nada pode fazer para coibir mais essa negligência do poder público. Essa história da herança maldita já é tradicional dos governos anteriores. A falta de diálogo entre o administrador as lideranças é algo insuportável, eles evitam nos ouvir, pois têm a certeza de que só receberão reivindicações dos inúmeros problemas existentes na cidade. Tanto é verdade que estivemos em uma reunião com o Nery e essa, não durou meia hora e já foi encerrada a pedido do próprio administrador, devido, segundo ele, ter avançado o horário. Ele só permitiu apresentações e nada mais. Ora, nós já nos conhecemos a mais de vinte anos”, o prefeito comunitário Alan de Brito.

Alan também mostra sua insatisfação com a composição de assessores do atual administrador de Santa Maria. Segundo ele, tal composição não agrada as lideranças, devido esses assessores não se dirigirem às lideranças com o devido respeito. “As poucas vezes que fui na Administração, fui mal atendido pela assessoria do Nery. Em outra situação, o Jorge Alexandre, uma respeitável liderança da cidade foi agredida verbalmente por um assessor que praticamente o expulsou do órgão. Esqueceu-se o tal assessor, que o Jorge é presidente do Conseg, um dos conselhos mais respeitáveis da cidade. Isso é um absurdo! Não tenho nada contra o Nery, uma vez que somo amigos, porém quanto gestor público, não posso concordar com algumas atitudes que vem demonstrando para nós lideranças da cidade”, enfocou o prefeito comunitário. Ele também foi enfático em externar sua chateação quanto a não informação da visita do governador na cidade, na última terça-feira (17), quando esse veio visitar uma das creches. No local só haviam as presenças do administrador, alguns assessores diretos da Administração, comitiva do governador, funcionários da creche e alguns veículos da grande mídia. Já em relação a representantes comunitários da cidade, não havia ninguém. “Até parece que ele não quer que o governador saiba dos problemas de Santa Maria e teme perder o cargo antes mesmo de esquentar a cadeira. Não gostamos da postura do Nery em relação a não convidar as lideranças para recepcionar o governador numa das suas visitas à cidade. Isso nunca aconteceu em nossa cidade”, enfocou.

Com relação ao espaço ocupado pelo Conseg na Administração Regional, um assessor do órgão informou que foi necessário a remoção do conselho para outra localidade, devido ajustes. De acordo com o mesmo assessor, tudo foi previamente acordado anteriormente com o presidente e se houve algum desentendimento, esse não teve a participação do Administrador e sim, fato isolado, se é que aconteceu, entre o presidente do Conseg e o suposto assessor.

Para finalizar, Alan se mostrou contrário ao administrador que “pediu 6 meses para poder ajustar as coisas e mostrar trabalho pela cidade”. “Não tem como, fui contra, pois entendo que ele foi nomeado agora, e é agora que tem que começar a trabalhar pela nossa cidade. Falei pra ele que não concordo e continuo com a minha opinião”, finalizou.

Já o líder comunitário Júlio Fratelli, mostra o drama que vive os moradores com relação a segurança pública. “A nossa situação está no limite. Eles (gestores públicos), mostram números contrários à nossa realidade e querem que concordemos. Ultimamente, além da falta de segurança, situação corriqueira e que até já estamos nos acostumando a vivenciar, nossa cidade virou um celeiro de invasões de lotes públicos e ninguém faz nada. Estamos vivendo em uma situação de calamidade, aonde se não tomarmos providências urgentes o preço a ser pago será muito alto. Nos pediram paciência durante esses seis primeiros meses, porém se não cobrarmos agora, vão se passar esse tempo e eles vão vir com uma nova conversa de pedir mais tempo. Não concordo, precisamos de melhorias urgentes, ou no mínimo que eles preservem o pouco que temos.”, disse.

Fratelli fez questão de enfocar a questão da invasão de áreas públicas e as obras de construções, sem alvarás, que estão acontecendo em vários setores da cidade. “Existe uma quadrilha que está fracionando as terras do DF, em especial as de Santa Maria para especulação, se dizendo pertencer a instituições e fica tudo por isso mesmo. Também há o fato de empresários executarem obras sem o devido licenciamento, colocando em risco tanto os executores, quanto a comunidade. É o exemplo de uma obra na CL 214, que já está 80% pronta e ao que tundo indica, não houve sequer autorização para o seu início. Tudo isso está acontecendo aos olhos do governo que se faz de omisso diante da situação”, enfatizou.

Artistas fazem desabafo por Santa Maria.


Ao percorrer a cidade a equipe do JSN conversou com os moradores tentando saber a emoção de se comemorar os 25 anos de Santa Maria, bem como quais seriam as principais necessidades que os moradores passam e ouviu diferentes comentários a respeito do assunto. Num deles, um morador sugeriu que visitássemos um site que retratava realmente o sentimento dos moradores da cidade. Essas palavras, segundo ele, seria a sua entrevista com relação à Santa Maria.

O site Alagados Culturais de Santa Maria DF, faz uma alusão contrária do trabalho que foi realizado em Santa Maria pela grande mídia durante o ano de 2015 que de nada difere dos dias atuais. Leia o texto: - “Quem mora aqui na Santa Maria, sabe perfeitamente dos problemas que envolvem nossa cidade, a violência em várias escalas, a roubalheira e a omissão da sua administração pública, a pouca segurança que temos, os jovens nas ruas expostos a tudo que não presta e o pior, o lazer é perigoso e nunca prazeroso, pois o pouco de tínhamos foi tomado por desordeiros devido à má administração dos gestores públicos que por aqui passaram”.

No texto, o autor sugere o trabalho que a imprensa tem que realizar ao visitar a cidade: - “Quando querem falar bem da cidade, convidam uma equipe de reportagem, fazem uma pauta de no máximo dois minutos e colocam pessoas ensaiadas para falar bem da cidade. Porque não, em vez de apenas transmitir alguns minutos de telejornal, uma equipe de reportagem não visita a cidade por inteiro em horários diferentes, para que ouça as pessoas e daí exponha nossos problemas sem medo e se represálias a nos auxiliar com o seu poderoso meio de comunicação?”.

O autor ainda fala do comportamento da comunidade ao receber a visita de uma emissora de tv na cidade: “Observamos que a população se aglomera para falar sobre a cidade, demonstrando sentimento de um povo que sofre calado por não ter voz e vez para reivindicarem seus problemas e muitas vezes são enganados por promessas infundadas de emprego ou de melhorias que nunca aparecem. É o mês de aniversário da cidade e tínhamos que comemorar, se tivéssemos as nossas ruas seguras, se tivéssemos educação de qualidade e lazer, saúde e transporte…Mas nós não temos, somos forçados a embarcar como gado em ônibus lotado, humilhados ao sermos atendidos em nosso hospital (quando atendidos), sem creches, estamos sem expressão artística, sem uma cara cultural e ainda por cima nos dizem para sorrir. Vamos lá cantar parabéns. Cantar parabéns em frente a administração. Um parabéns pra você com ar de deboche e com a cara de que, não estamos mais satisfeitos com o que ocorre na nossa cidade e que esse parabéns signifique que queremos uma mudança e não uma peneira que tape nosso sol”.

Ele ainda relata que não adianta a presença da imprensa, se essa não mostrar a verdadeira realidade vivida pelos moradores de Santa Maria. “Não adianta que emissoras de tv como, a Globo, ou a Record, tv Brasília, ou jornais como o Correio Braziliense, Jornal de Brasília, ou seja lá quem for vir aqui cobrir notícias de violência e atrocidades, se elas não estiverem conosco e não usarem seu poder de comunicação para nos ajudar a mudar, de nada vai adiantar. Somos apenas objetos maravilhosos e potenciais de geração de notícias ruins para dar ibope a eles. Aí eu te pergunto:  Onde estão as rádios comunitárias? Onde estão os conselhos comunitários e seus conselheiros? Onde estão os representantes comunitários que enchem a boca para dizer quem são na hora de aparecer nas tvs e depois somem, almejando um cargo político ou administrativo. Hipocrisia! Sim essa é a palavra para quem comemora o aniversário de nossa cidade, que está sendo banhada em sangue de inocentes trabalhadores que são agredidos violentamente nas ruas quando saem de madrugada para trabalhar ou quando estão atrás dos balcões de seus comércios. Pois não temos segurança. Temos uma polícia que trabalha no limite, sem condições de garantir segurança para os moradores. Esses policiais, Civis e Militares, são heróis ao trabalhar com o pouco efetivo e aparelhamento que dispõem e mesmo assim, tentam mostrar trabalho para a comunidade. VOCÊ VAI BATER PARABÉNS? PARA QUEM? PARA O QUE? EDUCAÇÃO? SEGURANÇA? SAÚDE? CULTURA? TRANSPORTE?”. Ainda completa dizendo: “E, sempre quando acontece alguma coisa ruim na nossa cidade, podem acreditar que a mídia vem na hora. Vem se aproveitar da desgraça do pobre e aparecem como abutres na carniça, sugando dessa pobre gente a ingenuidade de ovelhas passivas que eles demonstram e tem. Se vamos bater um PARABÉNS PRA VOCÊ, cortar um bolo que nem sabemos lá quantos metros tem, então que sejamos realistas. Façamos ações comunitárias, vamos sair às ruas e usar a informação para ajudar, sejamos uteis e não apenas guardados em nosso pequeno e egoísta mundinho. Seja um santa-mariense e se preocupe com o seu conterrâneo, pois a cidade só funciona se trabalharmos juntos.

O morador finaliza o texto com agradecimentos e justificativas quanto o desabafo: “Agradecemos por ler todo nosso pequeno desabafo, compartilhe, e vamos começar fazendo algo. Não estamos falando mal, estamos apenas … citando a realidade. Cobrando das autoridades tudo que temos direito, antes de partir esse bolo”.



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